Folha de S. Paulo


Professores aprovam greve no RS; outros servidores fazem assembleias

Os professores estaduais do Rio Grande do Sul aprovaram na manhã desta terça-feira (18) a realização de uma greve de três dias que começa já amanhã (19).

Além dos docentes, outras 42 três entidades representantes dos funcionários –incluindo a dos PMs– também planejam uma greve geral para protestar contra o parcelamento de salários, congelamento dos reajustes e mudanças na aposentadoria.

As medidas são iniciativas do governo se José Ivo Sartori (PMDB) para enfrentar a crise do Estado que resultou no bloqueio das contas pelo governo federal por causa do atraso do pagamento da dívida com a União.

José Carlos Daves/Futura Press - 3.ago.2015/Folhapress
Protesto de servidores públicos contra o parcelamento de salários em Porto Alegre

O plano das entidades é que a greve dure três dias –quarta, quinta e sexta. Cada categoria vota a sua proposta de greve, mas ainda nesta terça, haverá uma assembleia unificada dos servidores, às 14h, no Largo Glênio Peres, no centro de Porto Alegre.

Apesar de ser o quarto Estado mais rico do país e ter bons indicadores sociais, o Rio Grande do Sul convive há anos com alguns dos piores números das finanças públicas no país –por isso, é chamado de a "Grécia brasileira". É o mais endividado, está na lanterna em investimentos e permanece entre os líderes de gastos com pessoal.

Os policiais da Brigada Militar (a PM gaúcha) também devem paralisar suas atividades. A Abamf (Associação dos Servidores de Nível Médio da Brigada Militar) estima que 15 mil policias participem da assembleia própria e depois se juntem aos demais servidores.

Por lei, a BM não pode fazer greve, mas o presidente da Abamf, Leonel Lucas, defende a revolta da categoria. "O governador Sartori também está descumprindo a lei ao atrasar salários e descumpre ordens judiciais ao parcelar os vencimentos. Na Bahia, os militares fizeram greve para ter aumento. Nós apenas queremos nosso salário em dia", disse Lucas nesta segunda (17).

No início deste mês, os PMs realizaram uma operação-padrão, que consistiu na permanência da tropa nos quartéis. A medida gerou redução do policiamento nas ruas de Porto Alegre.

CRISE

Desde o início deste ano, o governador Sartori tem feito cortes nos orçamentos das secretarias e diminuído as verbas para saúde, educação e segurança, para tentar diminuir o deficit de R$ 5 bilhões.

Descumprindo ordem do STF (Supremo Tribunal Federal), o governador chegou a anunciar o parcelamento dos salários dos servidores que deveriam ter sido pagos em 31 de julho. Depois, conseguiu realizar o pagamento integral.

Sartori tenta um recurso, que ainda não foi votado. Para pagar os salários atrasados, Sartori deixou de pagar em dia a dívida com a União.

Por causa desse atraso, as contas do governo foram bloqueadas e os valores em caixa foram sequestrados até o pagamento da dívida, que deve ocorrer nesta semana. A sanção é prevista em contrato.


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