Folha de S. Paulo


Base precisa ser refeita, diz líder do governo após nova derrota na Câmara

Em um dia de nova derrota do Palácio do Planalto na Câmara e momentos após partidos aliados anunciarem o rompimento, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), defendeu nesta quarta-feira (5) que a base da petista seja refeita.

"Tem que mudar muita coisa", desabafou em tom de abatimento.

Apesar dos apelos no sentido contrário, a maior parte dos aliados de Dilma Rousseff manifestou a intenção de votar a favor do primeiro item da "pauta-bomba" desse semestre, o que eleva o salário de parte da cúpula do funcionalismo público. O tema deve ser aprovado ainda nesta quarta.

Em atrito com o governo desde o pacote de ajuste fiscal, o PDT do ministro Manoel Dias (Trabalho) anunciou em plenário o rompimento com o Planalto. O PTB também falou em um votar contra o governo nos próximos dias.

"E preciso definir mais criteriosamente o que é base e o que não é. A base precisa ser refeita, com critérios de fidelidade, de fidelidade dos ministros. Fizemos o ajuste fiscal, agora é preciso fazer o ajuste político. Tem que mudar muita coisa", disse Guimarães.

No papel, o governo contava com o apoio de 21 partidos (PDT e PTB inclusos), que somam 364 das 513 cadeiras da Câmara. Na prática, porém, a base de Dilma Rousseff tem se mostrado bem menor e bastante instável.

Nesta quarta, Guimarães se reuniu a portas fechadas com o PTB do ministro Armando Monteiro (Desenvolvimento) para conter o rompimento público de mais esse partido.

Enquanto isso, no plenário, petistas acusavam o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deliderar uma tentativa de golpe contra Dilma. Cunha discutiu nos últimos dias com a oposição, nos bastidores, formas de dar sequência a um pedido de impeachment contra a petista. O peemedebista nega.


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