Folha de S. Paulo


PT convoca militância para protesto contra 'ofensiva da direita'

Em uma tentativa de fazer frente aos protestos contra a presidente Dilma Rousseff, marcados para o dia 16 de agosto, a Executiva Nacional do PT decidiu orientar a militância petista a participar de manifestação contra o que chama de "ofensiva de direita".

Em resolução aprovada na terça-feira (4), em reunião em Brasília, a cúpula nacional do partido avalia que os recentes ataques à legenda, à presidente Dilma Rousseff e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva exigem uma "reação imediata" da sigla.

Nesse sentido, o documento convoca a militância petista a participar de manifestação de movimentos sociais e partidos de esquerda marcada para o dia 20 de agosto.

"Diante da gravidade do momento político e da ofensiva da direita contra as liberdades democráticas e os direitos humanos, políticos e sociais, o PT conclama o engajamento nacional da militância petista no calendário de mobilizações em defesa da democracia, das reformas estruturais e por mudanças na política econômica", conclama.

No momento em que o partido enfrenta um dos momentos mais difíceis de sua história, a cúpula nacional da sigla teme que o protesto organizado por grupos que defendem o impeachment da presidente possa agravar ainda mais a crise política enfrentada pelo Palácio do Planalto.

Em inserções televisivas que levará ao ar nesta quinta-feita (6), o PSDB, principal partido de oposição ao governo federal, estimulará a adesão aos protestos do dia 16 de agosto.

Além da defesa da democracia brasileira e dos direitos sociais, a manifestação do dia 20 de agosto protestará contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e contra o ajuste fiscal do governo federal.

"A política econômica do governo federal joga a conta nas costas do povo", critica o manifesto de convocação para o protesto.

O ato foi convocado pelo PSOL e pelo PCdoB e por movimentos sociais e centrais sindicais como CUT (Central Única dos Trabalhadores), UNE ( União Nacional dos Estudantes) e MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto).

Em abril, a chapa PMB (Partido que Muda o Brasil), maior força interna do PT, já havia feito críticas ao modelo de ajuste fiscal proposto pelo governo federal.

O grupo majoritário –formado pelas correntes CNB (Construindo um Novo Brasil), Novo Rumo e PTLM– lamentou em manifesto público que o peso das medidas econômicas tenha "recaído mais sobre os trabalhadores do que sobre outros setores das classes dominantes".

"Essas práticas foram em grande parte responsáveis pelo mal-estar de muitos movimentos sociais que lutaram pela eleição da presidente e que, hoje, se encontram perplexos e frustrados com as primeiras medidas", avaliou.


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