Folha de S. Paulo


Empreiteira diz que petista não tinha poder para favorecê-la junto ao FGTS

A Odebrecht diz que não viu problema em fazer uma parceria com André Luiz de Souza, então membro do comitê de investimento do FI-FGTS. Segundo a empreiteira, o comitê tinha doze integrantes e Souza não tinha poder para influenciar decisões favoráveis à empreiteira.

Ainda segundo a Odebrecht, André teve acesso a detalhes estratégicos do estaleiro Enseada porque o sucesso do polo industrial dependia da viabilidade do estaleiro Enseada.

A empresa confirmou que, inicialmente, os US$ 25 mil seriam uma forma de compensação caso reduzissem o valor de construção das sondas. Mas, no final, houve uma mudança no modelo de contratação das sondas pela Petrobras e os US$ 25 mil viraram uma remuneração fixa diária pela prestação do serviço de operação dos equipamentos, algo usual nesse ramo e conhecido como "cost plus fee".

André de Souza se recusou a dar entrevista. Por meio de nota, afirmou que não teve acesso aos e-mails. Disse que teve uma reunião com os executivos da Odebrecht em que "falou de sua preocupação com o polo industrial, já que o estaleiro havia perdido um processo licitatório de sondas no início de 2011".

Sobre sua atuação no FI-FGTS, afirma que "renunciou ao mandato voluntariamente" e que "não existe impedimento entre ser membro do FI-FGTS e desenvolver projetos privados". Lembrou que também "participavam das votações conselheiros representantes de entidades empresariais".

Por meio de sua assessoria, Jaques Wagner, ex-governador da Bahia e hoje ministro da Defesa, diz que manteve uma "relação institucional" com André de Souza, quando este apresentou o projeto de desenvolvimento do polo industrial na Bahia.

Wagner afirma que conheceu o consultor naquela época. Diz ainda que "só quem escreveu o e-mail pode responder pelo sentido dele", mas opina que as mensagens não evidenciam relação de proximidade entre ele e o consultor.


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