Folha de S. Paulo


Prisão é desnecessária, diz Odebrecht; Andrade Gutierrez nega esquema

A Odebrecht informou, por meio de nota, que considera desnecessária a prisão de executivos da empresa nesta sexta-feira (19), no âmbito das investigações da Operação Lava Jato.

A advogada da Odebrecht, Dora Cavalcanti, disse em coletiva de imprensa que os acusados estavam a disposição e não eram fugitivos. O presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, está entre os detidos.

A Andrade Gutierrez, que também teve seu presidente, Otávio Marques de Azevedo, preso na operação desta sexta, negou qualquer envolvimento com o esquema de corrupção na Petrobras.

"Como é de conhecimento público, a CNO [Construtora Norberto Odebrecht] entende que estes mandados são desnecessários, uma vez que a empresa e seus executivos, desde o início da operação Lava Jato, sempre estiveram à disposição das autoridades para colaborar com as investigações", afirmou a Odebrecht.

A Andrade Gutierrez informou que presta todo o apoio necessário aos seus executivos nesse momento.

"A empresa informa ainda que está colaborando com as investigações no intuito de que todos os assuntos em pauta sejam esclarecidos o mais rapidamente possível. A Andrade Gutierrez reitera, como vem fazendo desde o início das investigações, que não tem ou teve qualquer relação com os fatos investigados pela Operação Lava Jato, e espera poder esclarecer todas os questionamentos da Justiça o quanto antes", afirmou.

'DOMÍNIO'

Para o delegado federal Igor Romário de Paula, os presidentes das duas empreiteiras tinham "domínio de tudo o que acontecia".

"Apareceram indícios concretos, não só depoimentos, mas documentos comprovando que em algum momento eles participaram de negociações que levaram à formação de cartel e ao direcionamento de licitações", afirmou. O procurador Carlos Fernando Lima disse não haver dúvida de que as empreiteiras "capitaneavam o esquema de cartel" dentro da Petrobras.


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