Reunidas para o5º Congresso do PT, que começa nesta quinta-feira (11) em Salvador, as maiores forças internas do PT devem anunciar nesta sexta (12) a decisão de abolir a contribuição obrigatória dos filiados do partido que não ocupem cargos públicos ou suas assessorias.
Com a decisão, o número de filiados obrigados a colaborar com a sigla deverá sofrer uma redução de 90%, passando de 800 mil para 80 mil.
Atualmente, os filiados não têm direito a voto em decisões do partido sem que estejam em dia com suas contribuições.
A medida traduz um esforço da sigla para reaproximação com suas bases sociais. Vice-presidente do PT, Jorge Coelho afirma que a cobrança de R$ 75 semestrais afugenta líderes de núcleos regionais.
"Como uma família de 10 trabalhadores rurais pode participar das decisões partidárias?", justifica.
Segundo o secretário-geral do PT, Romênio Pereira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurará um novo modelo de contribuição, que será oficialmente divulgado na sexta.
FINANCIAMENTO
A cúpula do PT também estuda a hipótese de recuar da decisão que proíbe o recebimento de doações empresariais ao partido, abrindo exceção para o período eleitoral. A ideia é flexibilizar a proposta para que doações desse tipo sirvam para pagar dívidas de campanha, geralmente da ordem de milhões.
Para Romênio, o partido foi "precipitado" ao proibir o financiamento privado sem prévia decisão do congresso petista, instância máxima do petista.
Em abril, quando o então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, foi preso na Operação Lava Jato, o diretório nacional aprovou medida que proibia o recebimento de doações de empresas privadas pelo partido, mas a decisão precisava ser referendada pelo congresso da legenda, em Salvador.
No entanto, a tendência de a Câmara dos Deputados aprovar na reforma política a proibição de doações de empresas só a candidatos colocou em xeque a proposta do PT, que decidiu adiar a discussão.
Editoria de Arte/Folhapress | ||