Folha de S. Paulo


Deputados evangélicos protestam contra parada gay e rezam no plenário

Pedro Ladeira/Folhapress
Deputados da bancada evangélica fazem protesto na Câmara dos Deputados
Deputados da bancada evangélica fazem protesto na Câmara dos Deputados

Com cartazes com cenas de sexo explícito e imagens sagradas, parlamentares da bancada evangélica interromperam a votação da reforma política nesta quarta-feira (10) na Câmara dos Deputados em protesto contra a simulação de uma crucificação com uma transexual no papel de Cristo, ocorrida durante a Parada Gay em São Paulo, no último domingo (7).

No momento da manifestação, a sessão da Casa era presidida por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que também é evangélico.

Os parlamentares gritavam palavras de ordem como "respeito" e "família". Eles rodearam os membros da Mesa da Câmara na e foram até as tribunas do plenário. De mãos dadas, rezaram o Pai-Nosso, que foi finalizado aos gritos de "viva Jesus Cristo".

Autor de um projeto de lei que torna crime hediondo a profanação de símbolos religiosos e a discriminação de religiões, chamada de "cristofobia", o deputado Rogério Rosso (PDT-DF) fez um discurso em seguida, no qual afirmou que os manifestantes pró-LGBT fazem "o que ninguém imaginava, que é unir todas as religiões". Outros deputados da bancada também discursaram contra a Parada Gay.

O deputado Roberto Freire (PPS-SP), então, reclamou do ato, que em nenhum momento foi repreendido pelo presidente da Câmara.

"Eu respeitei a manifestação mas não pode ter nenhuma reza neste plenário. Tem que se respeitar o plenário", afirmou. Ele foi vaiado por deputados evangélicos. "Vamos respeitar a República laica brasileira", completou.

A simulação da crucificação durante a Parada Gay causou polêmica com religiosos e, também, nas redes sociais. O arcebispo de São Paulo, d. Odilo Scherer, disse ser preciso cuidado para não banalizar símbolos religiosos.


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