Folha de S. Paulo


Ministério Público pede explicações a Lula sobre relações com a Odebrecht

O Ministério Público Federal pediu, nesta terça-feira, explicações ao Instituto Lula, ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e à Odebrecht para apurar as suspeitas de tráfico de influência do ex-presidente em favor da construtora.

A medida faz parte de investigação aberta pelo Ministério Público para investigar se Lula exerceu influência para que o BNDES financiasse obras de Odebrecht fora do Brasil, principalmente em países da África e da América Latina. A empreiteira bancou diversas viagens de Lula ao exterior depois que ele deixou a Presidência.

A investigação tem caráter preliminar e pode ou não levar à abertura de um inquérito no futuro. O Ministério Público prorrogou por 30 dias o prazo para conclusão das apurações e determinou que, em 15 dias, o Instituto Lula forneça a agenda de viagens do ex-presidente para a América Latina e a África entre 2011 e 2014.

O Ministério Público quer saber também se, durante essas visitas, Lula fez palestras e quem pagou por elas.

À Odebrecht o Ministério Público perguntou se a empresa pagou viagens internacionais de Lula, se elas tinham alguma relação com investimentos da construtora no mercado externo. Os procuradores também pediram eventuais registros da presença de representantes da empreiteira que teriam acompanhado o petista.

Os investigadores também perguntaram se a Odebrecht firmou contratos com o Instituto Lula e governos de países africanos e latino americanos entre 2011 e o ano passado. Querem saber quais desses projetos contaram com apoio financeiro do BNDES.

A mesma solicitação foi encaminhada ao BNDES, incluindo pedido de acesso a informações detalhadas e documentos referentes ao financiamento de obras da construtora.

Em outra diligência, o Ministério Público pediu ao Itamaraty cópias de telegramas diplomáticos e despachos sobre viagens de Lula ao exterior, relacionadas ou não com a Odebrecht. Os principais alvos são visitas a Cuba, Panamá, Venezuela, República Dominicana e Angola.

Todos têm até 15 dias para remeter as informações ao Ministério Público.


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