Folha de S. Paulo


Dilma quer regular terceirização, mas sem 'destruir' direitos, diz ministro

A presidente Dilma Rousseff é a favor da regularização da terceirização, mas contra qualquer medida que "destrua" direitos trabalhistas, explicou nesta quarta-feira (29) o ministro Edinho Silva (Comunicação Social).

A presidente vem sendo cobrada para se pronunciar sobre o projeto de lei que trata da terceirização, aprovado na Câmara e que será apreciado agora pelo Senado.

"A presidente acredita ser necessário regularizar a terceirização. Mas ela é contra qualquer lei que destrua direitos historicamente conquistados pelos trabalhadores", afirmou Edinho a jornalistas.

Ele não afirmou, contudo, se Dilma vetaria a ou não a lei como foi aprovada na Câmara, argumentando que isso só poderá ser respondido quando ele for aprovado pelo Congresso de maneira definitiva.

Desengavetado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o projeto, de um lado, regulariza a terceirização já praticada no país, estabelecendo direitos e obrigações de empresas e funcionários. De outro, ele amplia quais atividades podem ser terceirizadas.

Hoje, apenas atividades-meio, ou seja, atividades laterais de uma empresa, podem ser terceirizadas. O projeto prevê que essa possibilidade se estenda também às atividades-fim (as atividades principais).

Com isso, todas as práticas da empresas poderiam ser terceirizadas, caso o projeto seja aprovado do jeito que passou pela Câmara.

Dados do mercado indicam que os terceirizados ganham menos e têm seus direitos mais violados do que aqueles contratados via CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

Na prática, argumentam sindicatos, acadêmicos, juízes e membros do Ministério Público, a lei levaria a uma precarização das condições de trabalho de milhões de pessoas e, diferentemente do que dizem empresários, a uma diminuição da oferta de emprego –isso porque terceirizados trabalham mais por uma remuneração menor.


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