Folha de S. Paulo


Odebrecht era líder do cartel, diz presidente da Camargo

O presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini, confirmou a informação de delatores de que um conjunto de empreiteiras agia como um cartel em obras da Petrobras para evitar preços excessivamente baixos.

Segundo o executivo em sua delação premiada, "quem capitaneava a organização [do cartel] e tinha maior influência nas decisões devido ao seu porte era a empresa Odebrecht".

Maior empreiteira brasileira, a Odebrecht já refutou tanto a prática de cartel quanto as acusação de irregularidades em contratos com a Petrobras.

Outros delatores apontaram o empresário Ricardo Pessoa, da UTC, como líder do cartel. Preso, Pessoa é um dos investigados.

Avancini cita seis empresas como as mais influentes no cartel, grupo conhecido como G6: Odebrecht, Camargo Corrêa, UTC, OAS, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão.

Havia, contudo, empresas menores que tinham participação permanente, disse ele. Nesse segundo grupo seria comporto por Mendes Junior, Toyo, Techint e Engevix.

Os delatores da Camargo Corrêa, Avancini e Eduardo Leite, afirmam que o cartel não implicava em valores superfaturados das obras.

Leite, vice-presidente, disse que o suborno, de 1% a 2% do valor do contrato, era considerado custo e se "tornava insignificante" em contrato de R$ 1 bilhão.

Na obra do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), disse, a distribuição de parte das obras era feita por sorteio, vencido por Odebrecht e Mendes Junior.

Em diferentes ocasiões, as empresas citadas negaram participar de cartel. Por meio de uma nota, a Andrade Gutierrez repudiou "tal ilação" e afirmou que "não tem ou teve qualquer envolvimento com os fatos relacionados com as investigações em curso". Ressaltou também que não há prova sobre a participação da empresa em cartel.


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