Folha de S. Paulo


Presidente do PT se reúne com Lula após prisão de Vaccari

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, reuniu-se com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira (15), em São Paulo, após a prisão do tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, pela Polícia Federal em mais um desdobramento da Operação Lava Jato.

Lula e Falcão almoçaram no Instituto Lula e, às 14h, já estavam reunidos há quase duas horas. Após saber da prisão de Vaccari, o presidente do PT, que estava em Brasília, viajou à capital paulista para se reunir com o ex-presidente.

Para o final da tarde, está marcada uma reunião de Falcão com alguns dirigentes petistas para decidir a reação do partido diante do caso de Vaccari.

Mais cedo, a cúpula do PT foi surpreendida com a prisão do tesoureiro, mas, num primeiro momento, decidiu manter as reuniões da Comissão Executiva e do Diretório Nacional do PT, marcadas para quinta (16) e sexta-feira (17), respectivamente. A avaliação é a de que qualquer mudança de planos pode acusar um partido "acuado".

Falcão planejava para a reunião de quinta convencer a tendência Mensagem ao Partido a não apresentar ao diretório nacional pedido formal de afastamento de Vaccari da tesouraria petista.

O argumento: essa tem que ser uma decisão pessoal do tesoureiro. De acordo com advogados consultados pela cúpula do PT, a saída de Vaccari poderia parecer "uma confissão de culpa" e não o ajudaria no processo.

Falcão contava em demover a Mensagem mas, caso contrário, o pedido teria que ir à votação interna na sexta-feira pelos dirigentes do PT. Segundo a temperatura sentida pela cúpula do partido, o pedido seria rejeitado.

CPI

Preso em sua casa, em São Paulo, Vaccari nega qualquer envolvimento no esquema de corrupção que atingiu a Petrobras.

No último dia 9, o tesoureiro foi ouvido pela CPI da Petrobras na Câmara.

No depoimento, defendeu doações que o partido recebeu de empresas investigadas pela Lava Jato e admitiu ter se encontrado com operadores do esquema, mas evitou explicar os contatos.

A avaliação do comando do PT foi a de que, mesmo nervoso, Vaccari conseguiu responder a todas as perguntas e teve um desempenho "satisfatório na medida do possível".


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