Folha de S. Paulo


Protesto contra Dilma reúne 100 mil na avenida Paulista, diz Datafolha; veja como foi

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Cerca de 100 mil pessoas protestaram neste domingo (12) contra o governo Dilma Rousseff na avenida Paulista, no centro de São Paulo, segundo o Datafolha.

O número indica a quantidade de pessoas diferentes que, em algum momento do dia, foram à manifestação.

No horário de pico deste domingo, às 16h, o Datafolha estima que havia 92 mil pessoas na Paulista.

O total representa menos da metade do público registrado na manifestação contra o governo realizada em 15 de março, também na avenida Paulista, e se aproxima de outras aglomerações históricas.

Entre elas, as jornadas de junho de 2013, que levaram cerca de 110 mil pessoas à via, e a maior manifestação pelo impeachment de Fernando Collor, que, em 1992, juntou cerca de 70 mil pessoas no local.

Atos não políticos já registraram números maiores, contudo: a Marcha para Jesus levou 335 mil pessoas às ruas em 2012, enquanto a Parada Gay do mesmo ano atraiu 270 mil.

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POLÍCIA

A Polícia Militar afirma que o protesto reuniu, por volta das 16h, cerca de 275 mil pessoas.

Em março, a PM estimara em mais de 1 milhão de pessoas o total do protesto, contra 210 mil segundo a medição do Datafolha.

OPOSIÇÃO

Os movimentos que foram às ruas em São Paulo fizeram também duras críticas à oposição, principalmente ao PSDB e ao senador Aécio Neves (MG).

Entre os gritos contra Dilma, o ex-presidente Lula e o PT, lideranças do MBL (Movimento Brasil Livre) e do Vem Pra Rua, dois dos principais organizadores dos atos pelo país, fizeram discursos críticos à oposição e cobraram de Aécio uma postura mais atuante e efetiva em favor do impeachment.

Os senadores tucanos Aloysio Nunes (SP) e José Serra (SP) também foram cobrados para que seja instaurado no Congresso um processo de impeachment contra a presidente, assim como presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado (PMDB-AL). Todos eles se declaram contra o impeachment de Dilma.

Kim Kataguiri, coordenador nacional do MBL, disse que a oposição não pode continuar com "uma postura frouxa". Já Renan Santos, outra liderança do MBL, criticou Aécio nominalmente e disse que o tucano "sumiu" nas últimas semanas.

Aécio tem divulgado vídeos em suas redes sociais para fazer convocação aos protestos mas não compareceu a nenhuma das manifestações.

Durante os discursos, centenas de manifestantes entoavam, embaixo do carro de som do MBL, o coro "oposição de merda" e "PSDB filho da puta".

Um quarteirão à frente, em cima do caminhão do Vem Pra Rua, Rogério Chequer discursava. "Exigimos mais oposição, investigação e punição. Fora Dilma, fora Lula e fora PT", resumiu o líder do movimento, bastante aplaudido.

No último protesto anti-Dilma, em 15 de março, as críticas à oposição foram inibidas pela presença de diversos tucanos na manifestação em São Paulo. O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) e os secretários do governo Geraldo Alckmin (PSDB), Edson Aparecido (Casa Civil) e Floriano Pesaro (Desenvolvimento Social), estavam entre os que compareceram à avenida Paulista.

Na ocasião, nenhum deles discursou, impedidos pelos movimentos que se dizem apartidários.

Neste domingo (12), os deputados Paulinho da Força (SDD-SP), Roberto Freire (PPS-SP), Jair Bolsonaro (PP-RJ) e seu filho, Eduardo Bolsonaro (PSC-RJ), que já compareceu armado a um dos protestos de oposição ao governo federal, eram os políticos presentes.

Segundo Jair Bolsonaro, os políticos "têm medo de estar nesse movimento". "Sou bem tratado pelo meu passado mas Aécio deveria estar aqui. Político tem que estar com o povo", disse o deputado à Folha enquanto posava para dezenas de fotos com manifestantes.

Empunhados das mesmas bandeiras de quase um mês atrás, milhares de pessoas que vestiam camiseta oficial da seleção brasileira de futebol e pintavam o rosto de verde e amarelo pediam o impeachment de Dilma e o fim da corrupção.

O protesto deste domingo levou à avenida Paulista 14 carros de som, três deles que faziam defesa da intervenção militar. "Mudança não é Aécio, mudança é intervenção", diziam os apoiadores do SOS Forças Armadas.

Além deles, estavam presentes o Revoltados Online, o Movimento Liberal Acorda Brasil, o Movimento Civil XV de Março, o Solidariedade, partido político liderado por Paulinho da Força (SP), entre outros.

Em 15 de março, Paulinho foi vaiado ao tentar iniciar um discurso político e desistiu de fazê-lo. Neste domingo, disse que não iria nem tentar falar em cima do carro de som.


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