Folha de S. Paulo


Doações ao PT foram legais e não houve propina, diz Vaccari

As defesas de 10 dos 27 réus, acusados de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, negaram nesta segunda-feira (23) que seus clientes tenham participado do esquema de propinas na Petrobras investigado pela Operação Lava Jato. Os advogados dos outros réus não quiseram se pronunciar ou não foram encontrados.

O tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, disse por meio de nota que "repudia" as citações a ele feitas por delatores. O petista nega ter recebido qualquer recurso ilegal, proveniente de pagamento de propina ou não.

No texto, Vaccari ressalta que não era tesoureiro do PT "no período citado" –a Procuradoria diz que ele ajudou a intermediar propinas por meio de doações oficiais à sigla entre 2008 e 2010. Vaccari assumiu em fevereiro de 2010, segundo o partido.

A defesa de Renato Duque, ex-diretor de Engenharia e Serviços da Petrobras apontado como afilhado do PT na estatal, disse que não se pronunciará enquanto não acessar a denúncia.

A defesa da empreiteira OAS, que tem seis funcionários citados na denúncia –inclusive o presidente da empresa, José Adelmário Pinheiro, conhecido como Léo Pinheiro–, nega que eles tenham participação no esquema de propina na Petrobras.

Quatro executivos da OAS continuam presos na Polícia Federal em Curitiba. Além de Léo Pinheiro, estão encarcerados o vice-presidente do conselho, Mateus Coutinho, o diretor-presidente da área de petróleo e gás, Agenor Medeiros, e o engenheiro José Ricardo Breghirolli –só o último não virou réu nesta ação.

Os advogados da empreiteira Mendes Junior, que possui oito funcionários citados pelo Ministério Público Federal, disseram que não se pronunciam sobre inquéritos e processos em andamento.

Entre os mencionados pelo Ministério Público Federal na denúncia está Sergio Cunha Mendes, vice-presidente executivo da empresa.

Ele está preso na Polícia Federal em Curitiba desde novembro do ano passado, quando ocorreu a sétima fase da Operação Lava Jato.

Questionada sobre a participação de seus clientes, a advogada Beatriz Catta Preta, defensora do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, de Julio Camargo e de Augusto de Mendonça Neto –ambos, executivos da Toyo Setal–, afirmou que não iria se pronunciar sobre o tema.

Os três réus representados por Catta Preta fecharam acordos de delação premiada com o Ministério Público.

O advogado Rogério Marcolini, que representa Mario Goes e Lucélio Goes, mencionados pelo Ministério Público Federal na denúncia como operadores do esquema, negou que seus clientes tenham pago, recebido ou facilitado pagamentos de propina.

NÃO ENCONTRADOS

O advogado arrolado no processo como defensor de Sônia Branco –apontada pela como operadora no esquema–, Adriano Carrazza, disse que não a representa mais.

Nesta segunda (23), a Folha não encontrou as defesas do doleiro Alberto Youssef, do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e de Dario Teixeira e Waldomiro de Oliveira –citados na denúncia como operadores.


Endereço da página:

Links no texto: