Folha de S. Paulo


Juiz autoriza transferência de 12 presos da Lava Jato para presídio

O juiz Sérgio Moro autorizou a transferência de 12 presos da Operação Lava Jato da carceragem da Policia Federal para o Complexo Médico-Penal do Paraná, em Pinhais (região metropolitana de Curitiba). A decisão foi publicada nesta segunda-feira (23).

O pedido havia sido feito pela Superintendência da PF no Paraná, que alegou ter pouco espaço para abrigar todos os detidos em sua carceragem.

Serão transferidos o doleiro Adir Assad, Fernando Soares, operador conhecido como Fernando Baiano e tido como lobista do PMDB na Petrobras, Mario Goes, apontado como operador do esquema de corrupção na Petrobras, e Renato Duque, ex-diretor de Serviços da estatal.

Também serão transferidos os executivos Erton Medeiros Fonseca (diretor-presidente da Galvão Engenharia), Gerson de Mello Almada (vice-presidente da Engevix), João Ricardo Auler (diretor da Camargo Corrêa) e Sergio Cunha Mendes (vice-presidente executivo da Mendes Júnior). Da OAS, serão transferidos o presidente da empresa, José Aldemário Pinheiro Filho, os diretores Agenor Franklin Magalhães Medeiros (área internacional) e Mateus Coutinho de Sá Oliveira e o funcionário José Ricardo Nogueira Breghirolli.

A defesa de Cunha Mendes havia pedido que ele fosse enviado ao Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, mas Moro considerou a medida inviável porque a presença dele em Curitiba ainda é necessária no curso da ação penal.

CERVERÓ

O juiz negou a transferência do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Seu advogado havia pedido acompanhamento psicológico após ele passar mal na carceragem, em fevereiro. Segundo Moro, Cerveró já está recebendo assistência na sede da PF. A pedido do Ministério Público Federal, também foi negada a transferência de Ricardo Pessoa, presidente da UTC.

O Complexo Médico Penal é um estabelecimento prisional estadual e foi oferecido pela Secretaria de Segurança Pública pela possibilidade de os presos da Lava Jato não terem contato próximo com outros detentos.

Moro destacou que o local parece adequado, "talvez até com melhores condições do que as da carceragem" da PF. Afirmou também que não há sentido em se presumir que os presos na operação serão vítimas de violência de outros detentos, mas admitiu que "existe algum risco nesse sentido" e, por isso, eles ficarão em uma ala reservada, devido à notoriedade da investigação.

Editoria de Arte/Folhapress

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