Folha de S. Paulo


José Maranhão assume presidência da CCJ do Senado após disputa no PMDB

Após mais de um mês de impasse, o senador José Maranhão (PMDB-PB) foi eleito nesta quarta (18) presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, a mais importante da Casa. Uma disputa interna dentro do PMDB atrasou a escolha do comando da CCJ, que estava sem funcionar desde o início dos trabalhos do Congresso, no começo de fevereiro.

Maranhão disputou o cargo nos bastidores com os senadores Edison Lobão Filho (PMDB-MA) e Garibaldi Alves (PMDB-RN). Garibaldi acabou negociando com o partido a presidência da Comissão de Infraestrutura do Senado e assumiu o cargo também nesta quarta.

A Folha apurou que o PMDB acabou optando por Maranhão depois que o nome de Lobão foi incluído na lista de políticos investigados pela Operação Lava Jato. Para atender ao ex-ministro de Minas e Energia, a sigla designou a Lobão a presidência da CAS (Comissão de Assuntos Sociais) do Senado, mas evitou ceder a CCJ por ser o colegiado mais visado da instituição. Lobão foi eleito presidente da CAS nesta quarta.

Ao ser eleito presidente da CCJ, Maranhão disse que vai atuar para ajudar a solucionar o momento "grave" da vida nacional. "Sei que a missão representa talvez o maior desafio da minha vida pública, pelo momento delicado que a nação brasileira está atravessando", afirmou.

O senador foi eleito por aclamação entre os membros da CCJ. A vice-presidência da comissão ficará com o PT, que ainda não indicou o nome do parlamentar que vai assumir o cargo. O partido havia escolhido a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), também incluída na lista da Lava Jato pelo Ministério Público Federal, mas a petista retirou a sua candidatura. O PT deve definir o nome na próxima semana.

O cargo de presidente da CCJ é um dos mais visados no Senado porque cabe à comissão analisar a constitucionalidade e juridicidade de todas as propostas que tramitam na Casa. Também cabe à comissão sabatinar e aprovar ministros indicados para o STF (Supremo Tribunal Federal), assim como o procurador-geral da República.


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