Escalados pela cúpula da Câmara, três deputados que são médicos foram nesta quinta (12) ao Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para "tirar dúvidas" e avaliar o estado de saúde do ministro Cid Gomes (Educação), que está internado com suspeita de pneumonia.
A comitiva composta por Manoel Junior (PMDB-PB), André Fufuca (PEN-MA) e Juscelino Filho (PRP-MA) foi criada após Gomes faltar a uma audiência na Câmara para prestar esclarecimentos sobre a declaração de que a Casa tem "uns 400 deputados, 300 deputados achacadores", que irritou parlamentares.
Os deputados não conseguiram ver Gomes, mas foram recebidos por Roberto Kalil e David Uip, que coordenam a equipe médica que acompanham o ministro. Segundo relatos, o ministro tem apresentado melhoras e pode receber alta nos próximos dias.
A visita chegou a causar um mal-estar. Aliados de Cid divulgaram que os deputados teriam sido mal recebidos pela equipe médica, que considerou uma afronta a ida dos políticos. Os integrantes da comitiva negaram qualquer desgaste.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), remarcou para a próxima quarta (18) a nova sessão para o depoimento de Cid e justificou que a comitiva era para avaliar a real situação, sendo que a falta de um ministro a uma convocação representa crime de responsabilidade se não tiver a devida justificativa.
A fala ocorreu em um evento em Belém, no fim do mês passado, durante visita do ministro à Universidade Federal do Pará, onde se reuniu com professores e reitores de universidades federais paraenses.
Cid afirmou que "a direção da Câmara será um problema grave para o Brasil" sob o comando de Cunha. "Tem lá [na Câmara] uns 400 deputados, 300 deputados que quanto pior melhor para eles. Eles querem é que o governo esteja frágil porque é a forma de eles achacarem mais, tomarem mais, tirarem mais dele, aprovarem as emendas impositivas", disparou.