Folha de S. Paulo


Battisti tem pedido de liberdade aceito e deixa prédio da PF em São Paulo

Avener Prado - 13.mar.2015/Folhapress
Battisti (no banco de trás) deixa superintendência da PF acompanhado de Eduardo Suplicy (de gravata)
Battisti (no banco de trás) deixa superintendência da PF acompanhado de Eduardo Suplicy (de gravata)

O italiano Cesare Battisti foi solto no fim da noite desta quinta-feira (12).

O advogado de Battisti, Igor Sant'Anna Tamasauskas, informou que o Tribunal Regional Federal da 1ª Região aceitou o pedido de liberdade provisória feito pela defesa nesta quinta.

A decisão do juiz federal Cândido Ribeiro determinou "o imediato cumprimento" do pedido liminar de soltura. Na decisão, o magistrado deixou claro que não compete à Justiça Federal modificar decisões tomadas por instâncias superiores.

"Com o habeas corpus, o caso foi resolvido com a celeridade que precisava e a Justiça foi feita", disse Tamasauskas. "Agora acreditamos que as coisas irão entrar no eixo", acrescentou.

Battisti havia sido detido pela Polícia Federal na tarde desta quinta e conduzido para a superintendência da PF de São Paulo.

Atendendo a um pedido do Ministério Público, a juíza Adverci Rates, da 20ª Vara Federal de Brasília, determinou, no último dia 26, a deportação do italiano. Integrante do grupo PAC (Proletários Armados pelo Comunismo) nos anos 1970, Battisti foi condenado à prisão perpétua pela Itália sob acusação de ter cometido quatro assassinatos. Ele conseguiu fugir da Itália, morou alguns anos na França, passou pelo México e, em 2004, veio para o Brasil.

A defesa de Battisti ingressou nesta quinta com recurso da decisão que determinou a deportação. O advogado anunciou ainda que com medida correcional contra a juíza Adverci Rates. "Não cabe a uma juíza de primeiro grau decidir sobre a deportação dele", disse Tamasauskas.

Battisti chegou a ser preso em 2007 para fins de extradição e, em 2009, o STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou seu envio à Itália. Deu, no entanto, a última palavra sobre o caso ao então presidente da República, Lula, que negou a extradição em 2010.

No pedido enviado à Justiça, o Ministério Público não solicitou a extradição -já negada pelo presidente- mas uma deportação, alegando que pessoas condenadas por crimes dolosos no exterior não podem obter o direito de permanecer no Brasil.

Battisti deixou a superintendência da PF rumo à sua casa em Embu das Artes. Ele estava acompanhado de seu advogado e do secretário municipal de Direitos Humanos de São Paulo, Eduardo Suplicy.


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