Folha de S. Paulo


Claudio Abramo deixa a direção da ONG Transparência Brasil

Alan Marques - 31.jan.2006/Folhapress
Cláudio Weber Abramo continuará no conselho deliberativo como vice da Transparência Brasil
Cláudio Weber Abramo continuará no conselho deliberativo como vice da Transparência Brasil

Claudio Weber Abramo deixou a direção da Transparência Brasil, organização dedicada ao combate à corrupção. Ele exerceu a função de diretor-executivo da ONG por quase 15 anos.

Ele continuará no Conselho Deliberativo como vice-presidente. A jornalista Natália Paiva, ex-Folha, assumirá a diretoria-executiva em seu lugar.

Eduardo Capobianco segue na presidência do Conselho, que conta ainda com Juca Kfouri (colunista da Folha). O jornalista José Roberto de Toledo também passa a integrar o Conselho.

Segundo Abramo, ele decidiu pela saída porque seria o melhor modo de lidar com "severas restrições orçamentárias que sempre afetaram a entidade".

"Saio com um misto de satisfação e frustração. Satisfação porque creio que a Transparência Brasil teve algum papel em tornar o poder público brasileiro mais visível, em fomentar o debate sobre assuntos relevantes e em colaborar para a evolução da integridade das instituições do Estado. Frustração porque, num país tão repleto de problemas no setor público, sobram palavras consternadas mas falta a disposição de se aplicarem recursos para exibi-los, entendê-los e mitigá-los", afirmou.

Em nota, a Transparência Brasil afirmou que "o nome de Claudio praticamente se confundiu com a entidade".

"Se é fato que suas mãos sangraram de tanto esmurrar ponta de faca, ao mesmo tempo criaram calos que permitiram à Transparência Brasil persistir na perseguição de seus objetivos", afirmou. Ainda segundo a ONG, Abramo trouxe "benefícios reais para a melhoria da integridade do poder público do país".

Fundada em abril de 2000, a Transparência Brasil prioriza a realização de levantamentos sobre a incidência da corrupção em diferentes esferas, como a corrupção eleitoral, a perspectiva do setor privado, diagnósticos municipais etc.

A ONG realiza o levantamento de históricos de parlamentares, mantém um banco de dados sobre financiamento eleitoral e faz a compilação de noticiário sobre corrupção.

A organização também acompanha o desempenho dos ministros do Supremo Tribunal Federal e, em parceria com órgãos públicos, a condução de programas de combate à corrupção.


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