Folha de S. Paulo


Dilma vai colocar Kassab, Aldo e Eliseu Padilha na articulação política

A presidente Dilma Rousseff disse que irá ampliar a articulação política do governo, incluindo ministros de partidos da base, além de chamar outros membros da gestão para as reuniões, em uma espécie de "rodízio".

Nominalmente, ela citou os ministros Gilberto Kassab (PSD, Cidades), Aldo Rebelo (PC do B, Ciência e Tecnologia) e Eliseu Padilha (PMDB, Aviação Civil).

As declarações foram feitas quando ela foi questionada sobre a possibilidade de retirada de Aloizio Mercadante (Casa Civil) da articulação após aliados afirmarem que ela estava insatisfeita com a atuação do petista na área.

Pela manhã, o Planalto já havia divulgado nota negando a exclusão.

"Não há nenhuma alteração na coordenação política a não ser a seguinte: nós vamos aumentar de pessoas e de partidos, obviamente, e vamos fazer um rodízio sistematicamente trazendo ministros novos para o debate", afirmou, após entrega de unidades do Minha Casa, Minha Vida nesta quarta-feira (11) em Rio Branco (AC).

"Vamos colocar na coordenação o ministro Kassab, o ministro Rebelo, o ministro Padilha e vamos também chamar ministros para participar da discussão, principalmente quando o assunto for correlato a eles", acrescentou.

Ela disse que as mudanças já estavam previstas e vão "ocorrer naturalmente".

Questionada se as modificações ocorreram para dar maior abertura aos partidos da base na Câmara e Senado, Dilma afirmou que sempre esteve "aberta ao Congresso".

No Acre, Dilma se reuniu com o governador Tião Viana (PT) e prefeitos dos municípios atingidos pela cheia histórica na região. Em discurso, ela anunciou uma terceira fase do Minha Casa, Minha Vida, com o objetivo de construir 3 milhões de moradias até 2018.

TOFFOLI

A presidente também comentou a reunião que teve com José Roberto Dias Toffoli um dia após o ministro requerer transferência da primeira para a segunda turma do Supremo Tribunal Federal para presidir as discussões sobre os inquéritos contra políticos investigados na Operação Lava Jato.

Segundo ela, a audiência já estava pedida "há muito mais tempo". "E por que hoje? Porque eu podia e porque ele podia", acrescentou.

O encontro aconteceu na manhã desta quarta, antes de Dilma embarcar no voo para o Acre, e foi incluído de última hora na agenda presidencial. Toffoli foi advogado do PT, assessor da Casa Civil no governo Lula e advogado-geral da União.

Oficialmente, o ministro apresentou um projeto para unificar o cadastro do cidadão brasileiro em um único documento, o Registro Civil Nacional. A presidente confirma a versão.

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O TIME DE DILMA

Crise faz presidente mexer na articulação política

LINHA DE FRENTE

  • LULA - Principal conselheiro de Dilma, ex-presidente tem cobrado mudanças no ministério e critica a inabilidade na relação com o PMDB, aliado que comanda as duas Casas do Congresso
  • ALOIZIO MERCADANTE - O chefe da Casa Civil é alvo principal dos críticos do governo. Para Dilma, falhou nas negociações com aliados. Pressionada a substitui-lo, ela nesta quarta, disse que ele fica
  • JAQUES WAGNER - O ministro da Defesa é apontado como opção se Mercadante sair da liderança da articulação política. Recentemente, esteve com Renan Calheiros (PMDB-AL), que virou crítico do governo

QUEM PODE ENTRAR

  • GILBERTO KASSAB - Dilma pretende chamar o ministro das Cidades para atuar na coordenação política. Ele queria criar um partido e enfraquecer o PMDB, mas o Congresso inviabilizou o plano
  • ELISEU PADILHA - Ministro da Aviação Civil, o peemedebista é próximo ao vice, Michel Temer, que Dilma tem mantido afastado das decisões. Ela pretende convidá-lo para reuniões da coordenação
  • ALDO REBELO - Ministro da Ciência e Tecnologia, o deputado do PC do B foi um dos articuladores no governo Lula e hoje está afastado das decisões. É outro que Dilma pretende ter nas reuniões

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