Folha de S. Paulo


Líder do PT no Senado levou R$ 1 milhão, afirma ex-diretor da Petrobras

O líder do PT no Senado, o senador Humberto Costa (PT-PE), recebeu uma propina de R$ 1 milhão para usar em sua campanha em 2010, segundo o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.

O dinheiro foi pedido por um amigo do senador, chamado Mario Beltrão, segundo o executivo.

Costa foi ministro da Saúde no primeiro mandato do presidente Lula (2003-2006), quando conheceu Costa.

No pedido de inquérito sobre o senador apresentado ao Supremo, o ex-diretor da petroleira diz que o pagamento foi feito pelo Alberto Youssef e que os recursos saíram do caixa do PP, administrado por Costa. Foi esse partido que indicou-o para o cargo de diretor da Petrobras, em 2004.

O doleiro, no entanto, não confirmou aos procuradores e à Polícia Federal que foi ele que fez o pagamento ao senador. Segundo Youssef, Costa pode ter se equivocado ao citar seu nome como o operador que cuidou desse repasse.

Apesar das versões diferentes sobre o suposto pagamento, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, aceitou os argumentos dos procuradores e determinou a abertura de inquérito para apurar o caso.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, cita no pedido de inquérito que todas as doações legais à campanha de Costa foram feitas por empresas investigadas pela Operação Lava Jato. A Camargo Corrêa e a OAS, segundo Janot, doaram R$ 1 milhão e R$ 500 mil, respectivamente. Segundo delatores da Lava Jato, as contribuições legais eram uma dos modos que as empresas usavam para retribuir os favores que recebiam de diretores da Petrobras.

Um dos principais alvos da operação é a refinaria Abreu e Lima, que fica em Pernambuco.

A assessoria de Costa não foi encontrada na noite desta sexta-feira (6), mas o senador já havia refutado de maneira veemente que tenha recebido qualquer recurso ilegal na sua campanha. Ele confirmou, no entanto, que é amigo de infância de Mario Beltrão.


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