A maioria dos deputados indicados para o Conselho de Ética da Câmara recebeu doações diretas ou indiretas nas eleições de 2014 de empreiteiras investigadas no escândalo de corrupção da Petrobras.
O órgão será responsável por avaliar eventuais pedidos de cassação contra parlamentares envolvidos no esquema.
Dos 16 indicados pelos partidos até esta quinta-feira (5), 14 receberam repasses que somam R$ 1,7 milhão –ainda restam cinco indicações.
São transferências das empreiteiras Engevix, Odebrecht (também por meio da Braskem), UTC, OAS, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão.
As doações foram registradas legalmente e não há informações de que estejam sob suspeita ou investigação.
Responsável por outro órgão que também pode analisar representações com pedidos de quebra de decoro parlamentar, o corregedor da Câmara, Carlos Mannato (SD-ES), registrou R$ 200 mil em repasses das empresas Andrade Gutierrez e UTC.
Ele negou constrangimento para tratar de eventuais parlamentares envolvidos. "As doações das empresas foram repassadas pelo partido. Não fazem parte dessa roubalheira na Petrobras. Eu estou tranquilo", disse.
O Conselho de Ética deve ser instalado na próxima semana e deve ganhar os holofotes com a divulgação dos parlamentares com pedido de investigação acolhido pelo Supremo Tribunal Federal.