Folha de S. Paulo


Houve falhas em 'um caso ou outro', diz chefe da Assembleia

Presidente da Assembleia da Bahia há oito anos, Marcelo Nilo (PDT) diz que "deve ter um caso ou outro em que se comete uma injustiça no programa de bolsas de estudo. "Até porque o conceito de carente é relativo", afirma.

Segundo ele, os pedidos eram analisados por uma comissão interna que verificava a renda e o valor da mensalidade da faculdade.

A prima e as quatro sobrinhas beneficiárias são parentes de "terceiro ou quarto grau", diz. Sobre o dono do instituto de pesquisas, Nilo afirma que ele tinha renda compatível: "É uma empresa que não dá lucro e faz muitas pesquisas de graça. Fez muitas pesquisas pra deputados que não pagaram. Eu, inclusive, não paguei algumas".

O deputado estadual Augusto Castro (PSDB) afirma que direcionou bolsas só para estudantes carentes e diz desconhecer o recebimento pela funcionária que doou para sua campanha.

O colega Alex Lima (PTN) informa que em 2012, quando cursou direito por cinco meses, não tinha condições de pagar e por isso pediu uma bolsa a Carlos Geílson (PTN).

"Minha realidade era outra. Meu pai faleceu em 2012 e só depois tive acesso à maioria dos bens que foram declarados na Justiça Eleitoral."

Geílson afirma que concedeu a bolsa porque Lima, então secretário-geral do PTN na Bahia, precisava. "Não é uma pessoa que se enquadre num perfil de carente, mas estava momentaneamente numa situação difícil".

O vereador Luiz Carlos (PRB), que era assessor do deputado federal Márcio Marinho (PRB) em 2011, quando obteve a bolsa, também diz que passava por dificuldades.

O ex-deputado estadual Yulo Oiticica (PT) defende a cessão para um irmão e uma sobrinha. Afirma que ambos passavam por dificuldades.

O deputado federal Cacá Leão (PP) nega ter intermediado a concessão da ajuda para sua prima. O ex-deputado Deraldo Damasceno (PSL) diz que as bolsas não foram para seus funcionários, mas para parentes deles: "Garanto que só dei bolsas para pessoas que precisavam".


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