Folha de S. Paulo


Ato pró-Petrobras com Lula tem críticas à PF e Justiça

Um ato no Rio de Janeiro em defesa da Petrobras reúne políticos, artistas, escritores e jornalistas na sede da ABI (Associação Brasileira de Imprensa) na noite desta terça (24) e conta com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O tom das falas anteriores à do ex-presidente, que ainda não discursou, foi de desqualificação das investigações da Polícia Federal na Operação Lava Jato, que apura desvio de dinheiro na estatal, e da atuação da Justiça.

"Punam-se os culpados, mas deixemos a Petrobras em paz", disse Luiz Pinguelli Rosa, físico e diretor da Coppe-UFRJ (Centro de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro).

O diretor da OAB-RJ, Wadih Damus, disse que a delação premiada –confissão de crimes em troca do abrandamento de penas– é uma estratégia "do medo e da intimidação" para obter depoimentos e comparou o instrumento à tortura.

Ele criticou ainda o juiz Sergio Moro e promotores do caso. "O que vemos é a instituição da presunção de culpa e o recurso penal do espetáculo."

Para o presidente da CUT, Wagner Freitas, é preciso punir os culpados, mas preservar a Petrobras. "Estamos aqui para defender a Petrobras e o Brasil", disse Virgínia Bastos, presidente da UNE.

Na plateia do auditório da ABI, estavam ainda o cineasta Luiz Carlos Barreto e sua mulher e produtora Lucy, o físico Pinguelli Rosa, o vice-presidente nacional do PT Alberto Cantalice e o ex-ministro da Ciência e Tecnologia Roberto Amaral (PSB).

TUMULTO

Antes do início do ato, foram registradas brigas e tumultos entre manifestantes da CUT e do PT e um grupo de pessoas que passava pelo local com bandeiras do Brasil e que pedia a saída da presidente Dilma Rousseff.

Pessoas que apenas transitavam pelo local, numa movimentada rua do centro do Rio, também trocaram acusações com os petistas.

Numa das brigas, houve troca de socos. Um funcionário da Petrobras, Vinicius Prado, foi agredido por militantes com camisetas vermelhas e teve seu crachá da empresa quebrado. Prado teve ainda a camisa rasgada pelos manifestantes pró-governo. Os petistas também jogaram ovos contra os opositores.

A Tropa de Choque da PM foi chamada e interveio para separar os cerca de 300 petistas do grupo de 15 manifestantes antigoverno.

Os tumultos foram contidos pela polícia e não houve registro de feridos graves ou de detenções.


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