Folha de S. Paulo


'Ele quer de volta a sua alma', diz advogado sobre Paulo Roberto Costa

Rodolfo Buhrer/Reuters
O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa (o segundo à direita) é escoltado à Polícia Federal
O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa (de gravata azul) é escoltado à sede da Polícia Federal em Curitiba; à direita, vindo atrás, está o doleiro Alberto Youssef

Ex-diretor da Petrobras e hoje delator do esquema de corrupção na estatal, Paulo Roberto Costa afirmou em depoimento à Justiça nesta sexta-feira (13) que "quer de volta sua alma". Segundo seu advogado, João Mestieri, ele está buscando "o caminho da verdade".

O delator depôs como testemunha de acusação numa das ações penais oriundas da Operação Lava Jato. São réus neste processo o ex-diretor Néstor Cerveró, o lobista Fernando Baiano, o consultor Julio Camargo, delator e ligado à Toyo Setal, e o doleiro Alberto Youssef.

Paulo Roberto chegou à Justiça escoltado pela PF, sem dar declarações à imprensa. Ele cumpre prisão domiciliar em sua casa, no Rio de Janeiro.

"Não foi uma questão de negociar pena. Foi um trabalho que veio de dentro para fora", disse Mestieri, na saída da audiência. "Ele estava realmente necessitado de botar isso para fora."

O advogado afirmou que Paulo Roberto se dedicou à Petrobras por quase 30 anos, mas depois que assumiu a diretoria "não se encontrou mais". "Ele estava enojado, não suportava mais. Queria voltar para a alma dele."

"A posição dele é de procurar a verdade e se libertar pela verdade", declarou Mestieri.

Na audiência, o ex-diretor deu informações sobre a compra de dois navios-sonda pela Petrobras em 2006, que é objeto da denúncia. Segundo o Ministério Público, o contrato rendeu o pagamento de US$ 40 milhões em propina à diretoria Internacional, comandada na época por Cerveró.

Cerveró nega, assim como Fernando Baiano, que teria sido o intermediador do pagamento.


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