Folha de S. Paulo


Para Richa, protesto foi 'atentado contra a democracia'

O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), classificou o protesto de servidores e professores públicos, ocorrido nesta quinta-feira (12) contra um pacote de corte de gastos, como "absurdo e violento".

Para ele, o ato que invadiu a Assembleia, ocupou o plenário e cercou o prédio onde os deputados votavam o pacote foi levado a cabo por "um grupo de baderneiros infiltrados no movimento dos professores". Os docentes estaduais estão em greve desde segunda (9).

"Isso atenta contra a democracia, a liberdade de expressão e o Estado de direito. Não podemos aceitar a intimidação", declarou o tucano, em nota. "É lamentável que a democracia, pela qual tanto lutamos, seja ameaçada por atos violentos como os que assistimos no dia de hoje."

Após os protestos, em que os manifestantes entraram em confronto com a PM e furaram o cordão de isolamento dos policiais, o governo retirou o pacote de pauta. Onze pessoas ficaram feridas, mas sem gravidade. Bombas de gás, balas de borracha e sprays de pimenta foram usados para dispersar a multidão.

As propostas iriam mexer na previdência de servidores públicos e em outros benefícios, como o anuênio, o auxílio-transporte para professores e o plano de carreira do magistério. O governo já havia recuado nos últimos três pontos.

Reeleito no ano passado, Richa tem enfrentado uma crise financeira há pelo menos dois anos, que já forçou o Estado a suspender obras e atrasar pagamentos.

O governo argumenta que as medidas são "duras, mas necessárias", e que precisam ser aprovadas para garantir o pagamento dos salários e retomar os investimentos.


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