Folha de S. Paulo


PT comemora 35 anos nesta sexta-feira; confira cronologia do partido

Divulgação
O crítico de arte Mário Pedrosa(esq.), e Luiz Inácio Lula da Silva em ato de fundação do PT, em 1980
Lula discursa em ato de fundação do PT, em 1980; ao fundo, o crítico de arte Mário Pedrosa

O PT comemora nesta sexta-feira (6) 35 anos de fundação com uma festa em Belo Horizonte (MG), capital do Estado em que o partido conseguiu a maior vitória nas eleições de 2014, com a vitória de Fernando Pimentel (PT) sobre Pimenta da Veiga (PSDB).

A comemoração terá início às 18h, no Centro de Convenções Minascentro.

A previsão é que participem do evento a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do partido, Rui Falcão, os governadores eleitos pelo PT, as principais lideranças da sigla na Câmara e no Senado, prefeitos, ministros e demais personalidades que auxiliaram na construção da legenda, segundo nota do partido.

José Mujica, ex-presidente do Uruguai, também é esperado.

Na mesma data, pela manhã, haverá reunião do Diretório Nacional. Entre as pautas previstas, segundo o PT, estão "questões estratégicas como o futuro da sigla, a necessidade de reforma interna e revitalização da imagem do partido, principalmente entre os jovens, e reaproximação com movimentos sociais".

A legenda também pretende discutir a reforma política e mobilizar, nesta sexta, a militância para colher "pelo menos 1,5 milhão de assinaturas para levar ao Congresso Nacional um Projeto de Iniciativa Popular para a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte exclusiva".

Editoria de Arte/Folhapress

PETROBRAS

O partido celebra seus 35 anos imerso em denúncias de corrupção na Petrobras. Segundo delatores ouvidos por investigadores da Operação Lava Jato, que apura o esquema, dinheiro de contratos com a estatal eram desviados para irrigar o caixa do partido e de aliados.

Nesta quinta-feira (5), veio à tona um depoimento do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, prestado em delação premiada, em que afirma que o PT recebeu em propina entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões no período de 2003 a 2013.

O dinheiro, segundo Barusco afirmou na delação, veio de empresas que detinham os 89 maiores contratos da Petrobras. Os valores correspondem hoje a R$ 411 milhões e R$ 548 milhões.

Segundo ele, o tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, teve "participação" direta no recebimento do suborno.

Nesta quinta (5), Vaccari foi levado à sede da Polícia Federal em SP para prestar depoimento sobre "doações legais e ilegais" ao PT, segundo o delegado Igor de Paula.

O tesoureiro e a direção da legenda negam veementemente que tenham recebido doações ilegais.

Barusco fechou um acordo de delação em novembro, no qual aceitou devolver US$ 97 milhões que recebera de suborno. Nos depoimentos, ele contou que, na diretoria de Serviços, a propina foi paga até fevereiro de 2014. O trecho do depoimento tornado público nesta quinta foi prestado em 20 de novembro.

Barusco detalhou a suposta participação de Vaccari em um acerto fechado entre funcionários da Petrobras e estaleiros nacionais e internacionais relativos a 21 contratos para construção de navios, no valor de US$ 22 bilhões.

"Essa combinação envolveu o tesoureiro do Partido dos Trabalhadores, João Vaccari Neto, o declarante [Barusco] e os agentes de cada um dos estaleiros", contou Barusco. A propina no caso dos navios foi de 1%, mas em outras diretorias chegava a 2%, segundo ele.

Editoria de Arte/Folhapress
Trecho do depoimento de Pedro Barusco sobre o repasse de propina ao PT; clique para ver o documento completo
Trecho do depoimento de Pedro Barusco sobre o repasse de propina ao PT; veja o documento completo

GOVERNO

No plano federal, o governo Dilma também enfrenta dificuldades. A inflação ainda pressiona –a de janeiro acelerou para 1,24%, o maior resultado desde 2003– e o país deve crescer pouco este ano, seguindo um já fraco 2014.

Economistas esperam que o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) não passe dos 0,03% em 2015.

Para fazer frente a resultados ruins –as contas públicas fecharam 2014 com rombo inédito de R$ 32,5 bilhões, a balança comercial começou o ano com deficit de US$ 3,2 bilhões, o governo anunciou uma série de aumentos de impostos, que deve incrementar o caixa do governo em R$ 20 bilhões neste ano.

O pacote inclui a volta da Cide (tributo regulador do preço de combustíveis), zerada desde 2012, aumento do PIS/Cofins sobre a gasolina e o aumento do IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras).

O Planalto ainda lançou mão de cortes em direitos trabalhistas e previdenciários, gerando tensão com centrais sindicais.


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