Folha de S. Paulo


Meirelles e Rodolfo Landim lideram apostas para presidência da Petrobras

Apesar da renúncia de Graça Foster e de cinco diretores da Petrobras, todos vão trabalhar até sexta-feira (6), quando o Conselho de Administração escolherá a nova diretoria da empresa.

Na bolsa de apostas, despontam dois nomes para suceder a executiva: do ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e do ex-presidente da BR Distribuidora, Rodolfo Landim, que conta com a simpatia da presidente Dilma.

O ex-presidente Lula pressiona pela escolha de Meirelles, nome que julga ter mais respaldo no mercado financeiro.

Landim foi funcionário de carreira da estatal até sair da empresa, em 2006, para trabalhar no grupo de Eike Batista e ajudar a fundar a ex-petroleira OGX. Atualmente, é sócio de uma empresa de investimentos.

"Foi acertado que todos os diretores ficarão até sexta-feira, com a escolha da nova diretoria", disse um integrante da alta administração da companhia.

A saída de Graça Foster Já estava acertada desde terça-feira com a presidente Dilma Rousseff -quando estiveram reunidas em Brasília– e condicionada à escolha de um novo nome para liderar a estatal. Dilma queria um período de transição maior diante da dificuldade de fechar um nome para substituir a executiva, mas acertaram o prazo até a reunião do conselho de sexta-feira, que já estava marcada.

"A Graça jamais iria cometer uma infidelidade à Dilma e tomar uma decisão que não estivesse acordada com a presidente, apesar de todo o desgaste emocional que vinha sofrendo até com protestos em frente sua casa", disse uma pessoa próxima da presidente da estatal.

DESGASTE

O desgaste entre Dilma e Foster ocorreu por causa da divulgação de uma perda de R$ 88 bilhões em ativos da estatal –cerca de um terço do patrimônio. Esse valor inclui baixas com corrupção e outros efeitos, como falhas e atrasos em projetos e obras, influência do câmbio sobre custos e margens de lucro e aumento de insumos.

Outros R$ 27 bilhões foram calculados com valorização de outros ativos. Ou seja, o saldo de R$ 61 bilhões seria a baixa contábil dos ativos.

Para mostrar "transparência total", diz, Graça Foster fez questão de divulgar os dados, o que contrariou o governo.

Foster, 61, é funcionária de carreira da estatal e a primeira mulher a presidir a empresa. Sua gestão, diz um funcionário graduado, foi "abatida" pela Operação Lava Jato –e, de certo modo, respostas não satisfatórias em lidar com o cálculo do real prejuízo da corrupção.

Editoria de Arte/Folhapress

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