Folha de S. Paulo


Depoimento de policial federal que acusa Anastasia é remetido ao STF

A Justiça Federal do Paraná, onde tramita a maior parte dos inquéritos da Operação Lava Jato, decidiu encaminhar ao STF (Supremo Tribunal Federal) o depoimento em que o senador eleito Antônio Anastasia (PSDB-MG) é citado como suposto beneficiário do esquema. A decisão foi tomada pelo juiz federal Sergio Moro.

A afirmação foi feita pelo policial federal afastado Jayme Alves de Oliveira Filho, conhecido como Careca e responsável por carregar remessas de dinheiro para o doleiro Alberto Youssef.

Em seu depoimento, Careca disse ter entregue R$ 1 milhão a Antastasia. Além disso, contou que Youssef mandou que ele levasse uma quantia em dinheiro, num condomínio no Rio de Janeiro, que seria para o presidente eleito da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Tanto o deputado peemedebista como o senador tucano negam as acusações. Ao pedir acesso ao depoimento de Careca, a defesa de Anastasia foi informada de que o documento está a caminho de Brasília.

Dias após a Folha publicar as declarações de Careca, o advogado de Youssef, Antonio Figueiredo Basto, entregou uma petição à Justiça para dizer que o doleiro não havia determinado repasses a Cunha ou a Anastasia.

"Meu cliente mandou dinheiro para Belo Horizonte, mas não mandou entregar a Anastasia. Fazemos uma colaboração correta, evitamos atribuir fatos a terceiros. Qualquer envolvimento de políticos agora é precipitado e perigoso, afirmou Figueiredo Basto, à época.

A legislação determina que apenas o STF tem competência para dar andamento a investigações que envolvam pessoas com foro privilegiado, caso do parlamentar mineiro.

Sergio Moro assinou o despacho nesta segunda-feira (2), informando que o depoimento de Careca "está sendo remetido ao STF, sendo mais apropriado que o requerente formule o pedido de acesso perante àquela corte".


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