Folha de S. Paulo


Conheça Eduardo Cunha, novo presidente da Câmara dos Deputados

Eleito por 267 votos neste domingo (1º), o novo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é considerado um aliado pouco confiável para o governo da presidente Dilma Rousseff (PT).

Apesar de o PMDB fazer parte da base governista, Cunha liderou em 2014 uma rebelião contra a presidente, quando formou um bloco que incluía deputados da oposição para criar dificuldades ao governo no Congresso.

Entre os obstáculos criados pelo bloco estão a convocação de diversos ministros para depor em CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) e a obstrução da votação do Marco Civil da Internet -em que a posição do governo acabou prevalecendo.

Por isso, no Planalto, Dilma e assessores o apelidaram de "Meu Malvado Favorito", pela frequência com que se posiciona contra os interesses do governo. É uma referência a uma animação em 3D cujo personagem principal, Gru, quer tornar-se o maior vilão da história, mas acaba se redimindo.

Ironicamente, foi só no governo de Dilma Rousseff que Eduardo Cunha ganhou expressão nacional.

HISTÓRIA

Líder do PMDB nos últimos dois anos, a trajetória política de Cunha, 56, remonta ao governo Collor, quando ocupou a presidência da Telerj, a antiga estatal de telefonia do Rio, indicado por PC Farias.
Ele está no quarto mandato como deputado federal.

Começou a trabalhar aos 14 anos. Foi office-boy e corretor de seguros. Formado em economia, virou operador do mercado financeiro.

Cunha é visto como trabalhador, está 24 horas por dia à disposição de parlamentares pelo celular ou pessoalmente. Às 8h já está no seu segundo café da manhã. Geralmente, com políticos e aliados para tratar da pauta na Câmara.

Parlamentares relatam que o ex-líder do PMDB na Câmara é o proverbial "pau para toda obra": ajuda a intermediar desde a arrecadação de doações para campanhas como a resolução de demandas dos colegas no Executivo.

Casado pela segunda vez, com cinco filhos, Cunha gosta de bons restaurantes, charutos e vinhos.

Mora num condomínio de luxo na Barra da Tijuca, no Rio, e passa a semana num apartamento da Câmara em Brasília.

Quem o conhece conta que é apegado à família. Em 2011, no casamento de uma de suas filhas, deu uma festa para 500 convidados no Copacabana Palace, um dos mais tradicionais do Rio.

O deputado tornou-se evangélico há 15 anos. Durante a campanha para presidente, pediu votos para, "se Deus quiser", estar em consonância com a sociedade no comando da Casa.

No Congresso, defende posições conservadoras. É autor de legislações antiaborto, contra a legalização da maconha e o casamento de pessoas do mesmo sexo.


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