Folha de S. Paulo


Para Kátia Abreu, corte orçamentário não compromete agricultura

A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, minimizou nesta sexta-feira (9) o impacto fiscal que deverá ser causado à sua pasta depois que o governo editou um decreto limitando as despesas correntes mensais a 1/18 do Orçamento em 2015.

Segundo ela, o ajuste fiscal programado para este ano não afetará recursos do Ministério para apoio à comercialização de produtores rurais.

"Um corte não significa que os recursos não são retornáveis. É apenas medida de gestão para os próximos três meses para que o governo possa dar resultado fiscal adequado e não temos nenhuma preocupação em relação a isso", disse a ministra, depois de comentar as principais estimativas do 4º levantamento da Safra de Grãos 2014/15, na sede do ministério.

Conforme decreto publicado nesta quinta-feira (8), o montante cortado pelo governo em todos os ministérios é de R$ 1,9 bilhão mensal até a aprovação do Orçamento de 2015. Em valores anuais, são R$ 22,7 bilhões.

O orçamento do Ministério da Agricultura, de R$ 11,6 bilhões, sofrerá corte de R$ 600 milhões.

Kátia disse que a Agricultura já vinha se preparando desde o fim do ano passado para essas limitações orçamentárias e que o quadro de preços das commodities em baixa e desafios para o agronegócio este ano demandam maior cautela e preocupação do produtor.

"Meu recado aos produtores é que fiquem tranquilos, o momento é de muita cautela mais em relação ao mercado que em relação ao Levy [Joaquim Levy, ministro da Fazenda]. Precisamos ter cautela com o mercado", acrescentou.

Kátia Abreu ainda destacou que a soja deverá puxar mais uma vez a produção de grãos no país e que os custos com insumos deverão pesar no bolso dos produtores a partir da safra 2015/16. E considerou "normal" a previsão da Conab de que haverá redução de 6% da área plantada com milho, uma vez que no período de plantio de soja, no fim do ano, faz com que essa cultura tenha preferência pelo agricultor.

"Nos últimos 12 meses, apesar de a soja ter tido desvalorização [de preço] de 18,5% isso foi compensado pela valorização do dólar. Não tivemos problema com a soja. A valorização do dólar e o aumento de produção fizeram com que produtores ficassem numa situação confortável. Se tiver aumento de custo veremos nas próximas safras", afirmou.

Editoria de Arte/Folhapress

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