Folha de S. Paulo


Mulher de Lula avalia se ficará com triplex no valor de R$ 1,8 mi

Após comprar um apartamento de três andares no Guarujá, litoral sul de São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua mulher, Marisa Letícia, avaliam se manterão o imóvel, adquirido em 2005 e hoje avaliado entre R$ 1,5 milhão e R$ 1,8 milhão, ou se devolverão o apartamento e pedirão ressarcimento do valor investido.

Segundo nota divulgada na sexta-feira (12) pelo Instituto Lula, a mulher do ex-presidente adquiriu em 2005 uma cota de participação da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo), quitada em 2010, referente ao imóvel na planta.

Michel Filho - 3.dez.2014/Agência O Globo
Prédio na praia das Astúrias, no Guarujá (SP), onde Lula adquiriu um apartamento
Prédio na praia das Astúrias, no Guarujá (SP), onde Lula adquiriu um apartamento

"Com o atraso [na entrega da obra, prevista para 2007], os cooperados decidiram transferir a conclusão do empreendimento à OAS. A obra foi entregue em 2013", diz o texto assinado pela assessoria de imprensa do instituto.

Quando disputou a reeleição, em 2006, Lula informou ter pago R$ 47.695,38 à Bancoop pelo imóvel. A nota, porém, não explica se o triplex também está em seu nome.

Ainda conforme o instituto, até agora Marisa não optou pelo ressarcimento ou pela compra do apartamento, alternativas oferecidas aos cooperados, "esperando a solução da totalidade dos casos".

Segundo o jornal "O Globo", a reforma do triplex terminou em dezembro, após o prédio ter sido concluído pela OAS, empresa investigada pela Operação Lava Jato.

De acordo com a reportagem, funcionários do edifício afirmam que familiares de Lula já estão fazendo a decoração do apartamento, com supervisão de Marisa. O ex-presidente teria aparecido apenas três vezes no local.

Inicialmente, o condomínio estava sendo construído pela Bancoop que, acusada de irregularidades e em crise financeira, deixou mais de três mil famílias sem receber os apartamentos comprados.

João Vaccari Neto, presidente da cooperativa até 2010 e hoje tesoureiro nacional do PT, também investigado na Lava Jato, contratou a OAS para terminar pelo menos cinco prédios, um deles o que abriga o triplex de Lula.

No início dos anos 2000, a cooperativa dos bancários levantou 57 empreendimentos, dos quais 12 estão inacabados. Após denúncias de desvio de dinheiro e com milhares de famílias sem imóveis, Vaccari tornou-se réu numa ação criminal. A sentença deve sair só no fim de 2015, segundo o Ministério Público.


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