Folha de S. Paulo


PSDB pede à Justiça Eleitoral rejeição das contas da campanha de Dilma

O PSDB pediu à Justiça Eleitoral a reprovação das contas da campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição para a Presidência da República. Os tucanos afirmam, em representação encaminhada ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no sábado (29), que as despesas declaradas apontam ilegalidades que impedem a aprovação das contas, como gastos superiores ao teto de R$ 295 milhões fixado pela própria campanha de Dilma –que somaram R$ 350,5 milhões.

O PSDB afirma que, embora o PT tenha solicitado oficialmente ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a ampliação do limite de gastos, o pedido ocorreu dois dias antes do pleito –e foram executados antes do aval da Justiça Eleitoral.

"Com a apresentação das contas finais está comprovado que os gastos que ultrapassaram os limites foram realizados anteriormente ao pedido de alteração de valores", afirma o documento do PSDB.

Os tucanos também argumentam que o site Muda Mais, mantido pela campanha de Dilma, foi pago com recursos omitidos pelos aliados da petista. "A campanha de Dilma Rousseff omitiu despesas relevantes de sua campanha eleitoral, cujo montante é impossível ser calculado", afirma a representação do PSDB.

Segundo os tucanos, a empresa titular do site, a Polis Propagandas, recebeu pagamentos da campanha detalhados na prestação de contas como "produção de programas de rádio, televisão ou vídeo", sem pagamentos relacionados à internet.

Outro argumento do PSDB é que as despesas de Dilma com transporte ou deslocamento somam R$ 5 milhões, de acordo com a prestação de contas do PT, mas o valor estaria abaixo do efetivamente gasto –se comparado com a prestação de contas do ex-presidente Lula, que também usou a aeronave oficial do Planalto para suas viagens na campanha à reeleição.

Segundo o PSDB, a despesa com os deslocamentos apresentada por Dilma cresceu R$ 288,7 mil em relação aos valores lançados por Lula. "Ao que tudo indica, os valores apontados como despendidos pela candidata Dilma Rousseff não mostram qualquer razoabilidade quando confrontados com uma simples atualização monetária, quiçá se forem comparados com aquilo que legislação eleitoral prevê", afirmam os tucanos.

DEFESA

Aliado de Dilma, o senador Humberto Costa (PT-PE) negou a existência de irregularidades na conta da petista. O senador disse que elas serão aprovadas pela Justiça Eleitoral porque a presidente não cometeu ilegalidades nos gastos.

Costa disse que, apesar da análise das contas estar a cargo do ministro Gilmar Mendes, no TSE, elas serão aprovadas.

"Estamos tranquilos, essas contas vão ser aprovadas. O fato de serem analisadas por um ministro identificado com os oposicionistas vai fazer com que ela [aprovação] seja mais importante ainda", afirmou.

A Folha pediu ao PT para responder aos questionamento dos tucanos, mas ainda não obteve resposta.


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