Folha de S. Paulo


Dilma arrecada 69% a mais que em 2010

A campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) arrecadou na disputa eleitoral deste ano cerca de R$ 319 milhões, 68,8% a mais do que em 2010. Os dados fazem parte da prestação final de contas entregue nesta terça-feira (25) pela campanha da petista ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Com o valor total arrecadado pela presidente, seria possível construir quase 5 mil moradias do programa Minha Casa, Minha Vida.

Em 2010, quando disputou sua primeira campanha à sucessão presidencial, a petista arrecadou R$ 189 milhões, em valores atualizados pela inflação oficial do período.

A empresa que mais doou recursos para a reeleição da presidente foi a JBS, dona do frigorífico Friboi, que contribuiu com R$ 69,7 milhões.

Na sequência, aparecem as construtoras Andrade Gutierrez (R$ 24,5 milhões) e a OAS (R$ 20 milhões).

As dez empresas que mais doaram para a campanha da presidente representaram 61,5% do total arrecadado. As contribuições de pessoas jurídicas somaram R$ 316,8 milhões, ou seja, 99,3% do total.

A maior parte dos recursos declarados na prestação final foi arrecadado nos três primeiros meses da campanha presidencial (87,8%), antes do segundo turno.

A análise da Folha levou em conta todos os recursos arrecadados em nome da petista, incluindo o comitê financeiro da campanha presidencial.

As receitas e despesas estimadas –serviços prestados e calculados como doações– não foram considerados. Ao todo, a campanha da petista declarou cerca de R$ 32 milhões em recursos desse tipo.

A candidatura da presidente teve uma despesa total também de cerca de R$ 319 milhões, ou seja, não deixou dívidas eleitorais. Os gastos foram inferiores ao teto previsto no início da corrida presidencial (R$ 383 milhões).

Segundo lideranças da sigla, houve um excedente de R$ 169 mil, que será repassado para a direção nacional do partido para ajudar a pagar dívidas de outras campanhas eleitorais deste ano.

Durante a disputa eleitoral, os petistas diziam que a meta era acabar a campanha sem nenhuma dívida. Para isso, foi necessário fazer um esforço de última hora. No início deste mês, o déficit chegava a quase R$ 20 milhões.

Os maiores gastos foram os referentes a marketing, comunicação e deslocamentos.

AÉCIO

Por um problema técnico, os dados referentes à prestação de contas do comitê financeiro da campanha de Aécio Neves (PSDB) não foram disponibilizados pela Justiça Eleitoral nesta terça-feira (25).

O coordenador financeiro da candidatura tucana, José Gregori, no entanto, informou que a campanha presidencial deixará uma dívida de cerca de R$ 15 milhões, como antecipou a Folha.

Ao todo, de acordo com ele, foram arrecadados em torno de R$ 201 milhões, e gastos cerca de R$ 216 milhões, quantia bem abaixo do teto de despesas previsto inicialmente (R$ 290 milhões).

A legislação eleitoral prevê que as dívidas sejam assumidas pelos partidos.

A expectativa do tesoureiro da campanha tucana é de que novas doações sejam feitas nos próximos meses. "A expectativa é de que esse déficit seja liquidado até meados do ano que vem", afirmou.


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