Colunista da Folha, blogueiro de "Veja", âncora de programa na rádio Jovem Pan e, agora, "rottweiler amoroso" –o jornalista Reinaldo Azevedo, 53, assume ironicamente o último rótulo já no título de seu novo livro, o primeiro dele pelo selo editorial Três Estrelas, do Grupo Folha.
A obra reúne as 46 colunas que Azevedo publicou desde sua estreia no caderno "Poder" da Folha, em outubro de 2013, até setembro deste ano, quase todas sobre temas relacionados à política nacional.
O arco da coletânea vai, portanto, até um mês antes do primeiro turno presidencial, no pleito que acabaria por reeleger Dilma Rousseff (PT).
Com isso, o livro –francamente crítico ao governo federal, como sabe quem quer que acompanhe o autor– acabou saindo exatamente em meio à crise envolvendo a Petrobras.
"Escrevo sobre o estrutural. O escândalo da Petrobras é o contingente", diz Azevedo, em entrevista por e-mail.
Objeções de um Rottweiler Amoroso |
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"Um escândalo como esse só é possível em uma sociedade que se deixa capturar e sufocar por um Estado gigante. Se o Brasil odeia os ladrões, mas ama a Petrobras, fazer o quê? Voltar a ser roubado é só questão de tempo", acrescenta o colunista.
Sobre os planos do PT para a mídia, tema constante de seus textos, Azevedo diz que "talvez Dilma esteja menos interessada em regular que em ameaçar com a regulação".
E afirma que, embora o título do livro seja uma resposta à então ombudsman da Folha, Suzana Singer, e à colunista de "O Globo" Miriam Leitão –que o compararam a um cão rottweiler–, também evoca "Fragmentos de um Discurso Amoroso", do francês Roland Barthes (1915-80).
"Considero que a crítica, mesmo a mais dura, quando feita com honestidade intelectual, nasce de um ato de amor, que é sempre furioso, contido por regras necessárias de decoro", argumenta.
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OBJEÇÕES DE UM ROTTWEILER AMOROSO
- AUTOR Reinaldo Azevedo
- EDITORA Três Estrelas
- QUANTO R$ 25 (168 págs.)
- LANÇAMENTO 24/11, às 19h, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional (avenida Paulista, 2.073, SP)