Folha de S. Paulo


Kassab reúne cúpula do PSD e diz que partido está unido em torno de Dilma

Como forma de demonstrar apoio ao segundo mandato da presidente reeleita Dilma Rousseff, o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, reuniu a cúpula do seu partido para um evento aberto no Palácio do Planalto na manhã desta quarta-feira (5).

Durante cerca de uma hora, Kassab, governadores, vices-governadores, senadores e deputados eleitos, além do ministro Guilherme Afif (Micro e Pequena Empresa), se revezaram nos microfones para parabenizar Dilma por sua vitória e para endossar o discurso de apoio à petista.

"O partido vai estar ao seu lado para contribuir com o êxito do seu governo. [...] O PSD busca consenso para viabilizar os projetos e reformas necessários. Somos parceiros da presidente no fortalecimento do avanço das conquistas na ascensão de classe por meio de políticas de inclusão", afirmou Kassab.

Sem ocupar cargo eletivo, Kassab concorreu ao Senado pelo estado de São Paulo mas acabou a disputa em terceiro lugar, com quase 6% dos votos válidos. Ele é cotado para assumir o ministério das Cidades no segundo mandato da petista. O PSD foi o primeiro partido a declarar apoio à reeleição de Dilma.

Após as declarações, Dilma agradeceu o apoio de Kassab e do PSD e disse que o partido é será "agente ativo" e parte integrante do seu governo. A presidente elogiou ainda a "sobriedade" do PSD durante as eleições.

"Conto com o PSD como protagonista tanto das mudanças como protagonista do processo. Como integrante e membro do governo para que as mudanças sejam eficazes. [...] O PSD é um integrante do meu governo, e isso significa ser um agente ativo. Tenho muita clareza da importância que o PSD ocupa nesse cenário partidário no país", afirmou Dilma.

Pedro Ladeira/Folhapress
Dilma conversa com Gilberto Kassab durante evento do PSD em Brasília
Dilma conversa com Gilberto Kassab durante evento do PSD em Brasília

MEA-CULPA

Integrantes do PSD que apoiaram a candidatura de Aécio Neves (PSDB) à Presidência compareceram ao evento e fizeram uma espécie de mea-culpa. Eles destacaram questões regionais para a disputa eleitoral.

"Eu também estive do outro lado mas não tenho nenhum constrangimento de estar aqui hoje. Sempre digo que após as eleições é preciso desmontar os palanques em prol do povo brasileiro", afirmou o deputado Moreira Mendes (RO), que apoiou o candidato do PSDB, Expedito Júnior, ao governo do Estado.

Os vice-governadores eleitos Renato Santana, eleito na chapa de Rodrigo Rollemberg (PSB) para o governo do Distrito Federal, e José Paulo Cairoli, eleito na chapa de Ivo Sartori (PMDB) para o Rio Grande do Sul, também se redimiram com a presidente e indicaram que irão apoiar Dilma no plano nacional.

"Apesar de não ter apoiado aqui em Brasília a eleição de Vossa Excelência, nós comungamos daquilo que a senhora falou após as eleições. Governo eleito é governo de todos. Aquele que pensar diferente está fadado ao fracasso", afirmou Santana.

Cairoli, que disputou contra o PT no Estado, afirmou que algumas divergências locais levaram à formação de chapas diferentes e minimizou os embates enfrentados durante as eleições. "Isso em nada me impede de reconhecer a importância do trabalho desenvolvido nos últimos quatro anos e a certeza de que precisamos mais ainda do nosso país se desenvolver", afirmou.

Já o senador Sérgio Petecão (PSD-AC), disse estar sendo sincero ao afirmar que não apoiou Dilma na campanha mas que agora estará unido à presidente para o novo governo. "A minha situação aqui é a mais difícil de todas, porque eu não apoiei a presidenta Dilma, eu tenho que ser sincero", afirmou. "Estou aqui desarmado de qualquer interesse, estou aqui junto com o meu partido", acrescentou.

Dilma elogiou a sinceridade de Petecão e se disse feliz por ter o apoio de pessoas que não votaram nela para a reeleição.

ATO FALHO

Durante o agradecimento, Dilma confundiu o nome do PSD com o do PSDB. A gafe rendeu risos da plateia e um momento de descontração da presidente.

"Por fim, eu quero dizer que o PSDB. O PSD, desculpe. Vocês podiam ter ficado sem essa né. Eu também. Mas vocês vejam só, a vida é dura. Pelo menos, pelo amor de Deus, eu não falei isso na campanha", disse sendo seguida de risos.

Em seguida, Dilma emendou: "para mim, o PSD é protagonista. O PSDB é oposição. O resultado da eleição foi o seguinte: eu fui eleita, portanto, a situação. E eles tiveram menos votos, foram para a oposição. É da vida. Saber perder é saber em que ponto você está. Não significa que vamos construir um muro entre nós. Não tem isso. Os eleitores não sao de ninguém. Não são meus. Eles são os brasileiros".


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