Folha de S. Paulo


Executiva do PT aprova norma que defende fim de 'oligopólio da mídia'

Em mais um sinal de pressão pela regulação da mídia, a Executiva Nacional do PT aprovou nesta segunda-feira (3) uma resolução que defende a reafirmação do compromisso do partido com a criação de uma "Lei da Mídia Democrática".

O texto não tem detalhes de como seria essa norma, mas defende que é preciso acabar com o que chama de "oligopólio da mídia".

"É urgente construir hegemonia na sociedade, promover reformas estruturais, com destaque para a reforma política e a democratização da mídia. Para tanto, antes de tudo é preciso dialogar com o povo, condição vital para um partido de trabalhadores", afirma.

O documento prega também que é preciso "relançar a campanha pela mídia democrática, contribuindo para que o governo possa tomar medidas avançadas nestas áreas e para sustentar a batalha que travaremos a respeito no Congresso Nacional".

A resolução propõe ainda que as redes sociais do partido continuem bastante ativas, mesmo após o período eleitoral.

Os petistas avaliam que elas foram decisivas para a conquista de votos entre os jovens, ajudando na operação de desconstrução dos adversários da presidente.

"Priorizar ações de comunicação, fortalecendo nossa agência de notícias, articulando-a com mídias digitais, com ação permanente nas redes sociais. Integrar nossas ações de comunicação com o rico movimento cultural em curso no país", sustenta o texto.

Alan Marques/Folhapress
O presidente do PT, Rui Falcão, comanda reunião da Executiva do partido
O presidente do PT, Rui Falcão, comanda reunião da Executiva do partido

A Folha mostrou na semana passada que uma das prioridades do PT para o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff é a regulação da mídia.

Segundo a reportagem apurou, a legenda trabalha para deslocar Ricardo Berzoini para o Ministério das Comunicações. Ele é hoje titular das Relações Institucionais, pasta responsável pela ponte política do Planalto com o Congresso.

Durante seu primeiro mandato, Dilma se recusou a tocar qualquer iniciativa que implicasse controle de conteúdo.

Na campanha, porém, a petista cedeu em parte e admitiu discutir o que chamou de "regulação econômica da mídia", com foco na regionalização de conteúdos e proibição de monopólios e oligopólios na comunicação.


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