Folha de S. Paulo


'SP não é segura para policial andar desarmado', diz filho de Jair Bolsonaro

Escrivão da Polícia Federal e eleito para a Câmara dos Deputados pelo PSC-SP, Eduardo Bolsonaro cita ações da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) para justificar o motivo de estar armado em manifestação contra a presidente Dilma Rousseff (PT), no sábado (1°), na avenida Paulista.

Imagens do futuro parlamentar –filho do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ)– em cima do carro de som com uma arma no cinto foram compartilhadas na internet após o evento. Ele discursava para uma plateia de cerca de 2.500 pessoas.

"Eu acho que São Paulo não é cidade segura para um policial andar desarmado", afirmou à Folha nesta segunda-feira (3). "Muitos policiais morrem fora de serviço", completou.

Segundo ele, não há problema em carregar a arma. O deputado diz que seria "perigoso" deixá-la dentro do carro e que seu treinamento impede possíveis incidentes em meio à multidão. "Não estou sujeito a esse tipo de situação", disse.

Procurada, a PF não informou até a publicação desta reportagem em quais situações um escrivão da corporação pode andar armado.

Reprodução/Vimeo/user2829653
Durante protesto em SP, Eduardo Bolsonaro discursa com arma em sua cintura
Durante protesto em SP, Eduardo Bolsonaro discursa com arma em sua cintura

Bolsonaro afirmou que esteve no protesto para pedir auditoria das urnas eletrônicas e "corrupção zero", e negou que a organização do movimento defendesse intervenção militar. No sábado, parte dos manifestantes fez coro por interferência militar no país, o que provocou um racha entre os presentes. "O que eu vi foi apenas uma pessoa com um cartaz pedindo intervenção", disse.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta segunda que não são aceitáveis protestos favoráveis a uma intervenção militar no país. O tucano lembrou que as pessoas têm o direito de se manifestar, mas ressaltou que a democracia deve ser fortalecida.

DISCURSO

No protesto, o deputado eleito foi apresentado ao microfone como "alguém de uma família que vem lutando muito pelo Brasil". Em discurso, disse que, se seu pai fosse candidato a presidente, teria "fuzilado" Dilma. Segundo ele, Jair Bolsonaro será candidato em 2018 "mesmo que tenha de mudar de partido".

"Eu voto no Marcola, mas não voto na Dilma, porque pelo menos o Marcola tem palavra", afirmou, em referência a Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, um dos chefes do PCC.

Bolsonaro pediu aplausos à Polícia Militar. "Quem não teve educação em casa 'taca' a pedra no policial e quer o quê? Que responda com flores? Aí tem que usar da energia mesmo", disse.


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