Escrivão da Polícia Federal e eleito para a Câmara dos Deputados pelo PSC-SP, Eduardo Bolsonaro cita ações da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) para justificar o motivo de estar armado em manifestação contra a presidente Dilma Rousseff (PT), no sábado (1°), na avenida Paulista.
Imagens do futuro parlamentar –filho do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ)– em cima do carro de som com uma arma no cinto foram compartilhadas na internet após o evento. Ele discursava para uma plateia de cerca de 2.500 pessoas.
"Eu acho que São Paulo não é cidade segura para um policial andar desarmado", afirmou à Folha nesta segunda-feira (3). "Muitos policiais morrem fora de serviço", completou.
Segundo ele, não há problema em carregar a arma. O deputado diz que seria "perigoso" deixá-la dentro do carro e que seu treinamento impede possíveis incidentes em meio à multidão. "Não estou sujeito a esse tipo de situação", disse.
Procurada, a PF não informou até a publicação desta reportagem em quais situações um escrivão da corporação pode andar armado.
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Durante protesto em SP, Eduardo Bolsonaro discursa com arma em sua cintura |
Bolsonaro afirmou que esteve no protesto para pedir auditoria das urnas eletrônicas e "corrupção zero", e negou que a organização do movimento defendesse intervenção militar. No sábado, parte dos manifestantes fez coro por interferência militar no país, o que provocou um racha entre os presentes. "O que eu vi foi apenas uma pessoa com um cartaz pedindo intervenção", disse.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta segunda que não são aceitáveis protestos favoráveis a uma intervenção militar no país. O tucano lembrou que as pessoas têm o direito de se manifestar, mas ressaltou que a democracia deve ser fortalecida.
DISCURSO
No protesto, o deputado eleito foi apresentado ao microfone como "alguém de uma família que vem lutando muito pelo Brasil". Em discurso, disse que, se seu pai fosse candidato a presidente, teria "fuzilado" Dilma. Segundo ele, Jair Bolsonaro será candidato em 2018 "mesmo que tenha de mudar de partido".
"Eu voto no Marcola, mas não voto na Dilma, porque pelo menos o Marcola tem palavra", afirmou, em referência a Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, um dos chefes do PCC.
Bolsonaro pediu aplausos à Polícia Militar. "Quem não teve educação em casa 'taca' a pedra no policial e quer o quê? Que responda com flores? Aí tem que usar da energia mesmo", disse.