Folha de S. Paulo


Para Dilma, caso Petrobras não causará crise institucional

A presidente reeleita Dilma Rousseff afirmou na noite desta segunda-feira (27) que os casos de corrupção na Petrobras e as investigações sobre ele não serão capazes de causar instabilidade política no país. De acordo com ela, não ficará "pedra sobre pedra" em relação ao caso. A presidente concedeu entrevista ao vivo ao Jornal Nacional, da TV Globo.

"Não acredito em instabilidade política por se prender e punir corruptos e corruptores. Acho que o país tem uma democracia forte. [...] Precisamos interromper essa sistemática de impunidade. Doa a quem doer. Que se faça justiça. Se alguém errou tem que ser punido. Esse fator não pode levar à instabilidade política. O que leva a isso é a manutenção da impunidade", disse.

Em seguida, a presidente afirmou que o combate à corrupção não foi levantado por ela apenas durante as eleições e que fará de tudo para que a população saiba sobre o que aconteceu na Petrobras.

"Eu não falei contra a corrupção somente durante a eleição. Pode ter certeza de que farei possível para colocar às claras o que aconteceu nesse caso da Petrobras e em qualquer outro que apareça. Não vou deixar pedra sobre pedra. Não vou deixar aí divulgando seletivamente. Vou fazer questão que a sociedade brasileira saiba de tudo. O que leva à crise no Brasil são as ilações e insinuações", disse em referência à reportagens publicadas sobre o caso.

Dilma explicou porque ainda acredita que será possível fazer um plebiscito no país para promover a reforma política. De acordo com ela, a sociedade demonstrou durante as eleições que quer participar deste processo. Ela citou um plebiscito popular realizado por diversos grupos da sociedade que juntou sete milhões de votos a favor da reforma política. "Acredito que o Congresso vai ter a sensibilidade para perceber que isso é uma onda que avança", disse.

ECONOMIA

Sem dar maiores detalhes, Dilma prometeu que irá escolher o novo ministro da Fazenda até o final do ano. Em entrevista concedida ao "Jornal da Record" na noite de hoje, Dilma afirmou que não iria falar sobre a mudança agora. "Não tenho o menor interesse em fazer essa discussão agora. No tempo exato, eu darei os nomes", afirmou.

Na tarde de hoje, Dilma se reuniu por cerca de uma hora com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, no Palácio da Alvorada. A saída de Mantega do cargo foi anunciada ainda durante a campanha eleitoral para o primeiro turno para conter o mercado financeiro.

Dilma reafirmou que não irá esperar o início do segundo mandato para iniciar mudanças na economia e pregou maior diálogo com diversos setores da área.

A presidente defendeu ainda uma reforma tributária ampla no país nos próximos anos.

UNIÃO

Durante a entrevista, Dilma voltou a pregar a união entre todos os brasileiros para "construir pontes" para que o país possa avançar. "Eu acredito que depois de uma eleição temos de respeitar todos os brasileiros. Os que votaram em mim ou não. E respeitar significa abrir o diálogo para construir pontes para um caminho de crescimento, um caminho para o futuro. Um brasil mais moderno", disse.


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