Eleito governador do Rio Grande do Norte neste domingo (26) com 54% dos votos, Robinson Faria (PSD) disse que seu governo vai buscar nomear técnicos, romper com a "política coronelista" do Estado será voltado "50%" aos mais pobres.
Robinson derrotou o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB), deputado há 44 anos que uniu em seu palanque 17 partidos e as famílias Alves e Maia, rivais históricas no Estado. O peemedebista obteve 45% dos votos.
"O nosso governo será um governo técnico. Estou totalmente livre, como governador eleito, para premiar a competência", afirmou Robinson no salão do prédio em que vive em Natal, a poucos metros do edifício de seu adversário.
Robinson disse que uma das ligações que recebeu após a divulgação do resultado foi do empresário e apresentador de TV Sílvio Santos.
O deputado reeleito Fábio Faria (PSD-RN), filho de Robinson, é casado e tem um filho com a apresentadora Patrícia Abravanel, filha de Sílvio Santos.
Segundo o governador eleito, o apresentador disse ter uns "conselhos" para dar.
Os dois devem encontrar-se no próximo fim de semana, quando o governador eleito deve visitar o neto nascido durante a campanha.
CRÍTICAS
Na entrevista ao lado da mulher, Julianne, e dos filhos, Robinson criticou duramente a política praticada pelo seu adversário.
"Minha candidatura não nasceu dos padrinhos tradicionais da política potiguar. Se eu dependesse deles, eu não teria sido candidato nem hoje, nem daqui a quatro anos, nem daqui a oito anos", afirmou, mencionando o "acordão", expressão que cunhou durante a campanha para se referir à aliança de Alves.
Para o governador eleito, "povo potiguar que deu um recado à velha política, às velhas práticas políticas, à política coronelista".
"Nosso Estado ainda estava algemado às velhas práticas onde onde os caciques se reúnem -ou se reuniam, agora não se reúnem mais, o povo não deixou, nem vai deixar mais acontecer isso- numa mesa lá em Brasília, reúnem ex-governadores, senadores, deputados e dizem 'você vai ser governador, você será o vice, você será a senadora, e o povo tem apenas direito de balançar a cabeça e concordar", afirmou.
GOVERNO
Robinson disse que, ao assumir em 1º de janeiro de 2015, já planejará o governo para os quatro anos da nova gestão e tomará para si a responsabilidade por acertos e erros.
"Vou acabar com aquela mania de dizer 'eu preciso de um tempo para arrumar a casa'. Comigo não combina essa frase. Tem que começar já trabalhando no primeiro dia", afirmou.
"O que não conseguir será por culpa do governador que não conseguiu. Não vou culpar ninguém", disse o governador eleito.