Folha de S. Paulo


Derrotado, Crivella diz que irá recorrer à Justiça e que festa de Pezão é prematura

O senador Marcelo Crivella (PRB), candidato derrotado para o governo do Rio, disse achar "prematura qualquer comemoração" do PMDB. Ele espera pelo resultado de 13 ações de cassação do registro de candidatura do governador reeleito Luiz Fernando Pezão. Caso a candidatura do peemedebista seja validada, promete recorrer até o STF (Supremo Tribunal Federal).

Pezão obteve 4,3 milhões de votos, e Crivella 3,4 milhões.

"Em nome de cada um dos 3,4 milhões de votos, temos 13 pedidos de cassação de registro [de Pezão] e tudo isso não foi julgado. Acho prematura qualquer comemoração [do PMDB]. Aceitamos o que disse o povo nas urnas desde que a eleição seja de acordo com as regras. E esta não foi", disse.

Crivella disse que o primeiro passo será aguardar a definição do corregedor sobre as denúncias. Depois, o julgamento. Ele afirma que, ainda que o registro de Pezão seja cassado, a batalha jurídica chegará a Brasília porque o PMDB vai recorrer.

"Vamos recorrer. Contamos com uma boa equipe de advogados. Ele [Pezão] fez um site de maledicências e [no debate da TV Globo] anunciou: 'Sou um criminoso eleitoral aqui me declarando'", atacou Crivella.

Armando Paiva/Fotoarena/Folhapress
O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (esq.), dá entrevista ao lado do vice, Francisco Dornelles, após ser reeleito
O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (esq.), dá entrevista ao lado do vice, Francisco Dornelles, após ser reeleito

PESO DOS ATAQUES

Sobre os motivos da derrota nas urnas, admitiu que a pressão do governador para associá-lo à Igreja Universal, instituição em que é bispo licenciado e sobrinho do principal líder, o bispo Edir Macedo.

"Todo ataque é prejudicial. Pezão estava preocupado em vencer e misturou política e religião. Este debate não condiz a com a vida nacional, com o Estado laico", afirmou.

Crivella, por fim, disse que retomará suas atividades no Senado, onde tem mandato até 2018, e comemorou a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT).

"Estou pesaroso, mas a vitória de Dilma compensa as tristezas no âmbito regional", afirmou, acrescentando que a continuidade dos programas sociais do atual governo o deixam mais tranquilo.

A entrevista coletiva de Crivella após resultado das urnas era incerta até as 20h. O resultado já era definitivo em favor de Pezão, mas o candidato estava incomunicável na Baixada Fluminense. A assessoria subentendeu que ele não compareceria.

O candidato a vice, o general Sebastião Abreu (PRB), que pouco falou durante toda a campanha, assumiu para si a função de falar à imprensa. Fez um pronunciamento rápido de agradecimento. Quando os repórteres recolhiam seu material e aguardavam uma nota de Crivella, o candidato comunicou que viria ao encontro da imprensa.


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