Camilo Sobreira de Santana, 46, nasceu no Crato (a 567 km de Fortaleza). É engenheiro agrônomo e servidor licenciado do Ibama.
O petista era menos cotado entre os seis nomes que o governador Cid Gomes (Pros) avaliava para a sucessão.
Os outros postulantes eram do Pros e tinham mais tempo de militância no grupo dos irmãos Cid e Ciro Gomes.
Camilo acabou vencendo a disputa no "último minuto" –foi anunciado na véspera do prazo final para a definição de candidaturas.
Cid justificou a escolha apontando "experiência", "coragem" e "lealdade" do aliado. Mais tarde, revelou que também estava de olho no voto dos mais jovens, sobretudo após os protestos de 2013.
Camilo ingressou na política por influência do pai, Eudoro Santana, que foi deputado estadual pelo PT.
O governador eleito começou militando no PSB, por onde também passaram Cid e Ciro. Tentou, sem sucesso, a eleição para prefeito de Barbalha, em 2000.
Quatro anos depois, já no PT, repetiu a tentativa e perdeu novamente.
Em 2006, o petista articulou a campanha no interior que levou Cid a conquistar pela primeira vez o governo do Ceará. Empossado, o governador convidou Camilo para ser secretário de Desenvolvimento Agrário.
Camilo passou a cuidar das ações de combate à seca, o que lhe rendeu visibilidade para se eleger pela primeira vez a um cargo público, em 2010. Naquele ano foi o deputado estadual mais votado do Ceará, com mais de 130 mil votos.
O petista não chegou a assumir a vaga, já que foi convidado por Cid para assumir a Secretaria das Cidades.
Na pasta, Camilo respondeu a 19 processos por improbidade administrativa e chegou a ter bens bloqueados pela Justiça pelo chamado "escândalo dos banheiros" –suposto esquema de desvio de recursos na construção de banheiros no interior do Estado.
Camilo ainda responde a nove desses processos na Justiça –nos demais foi julgado inocente. Em sua defesa, diz que assumiu a secretaria após o escândalo vir à tona e que o Ministério Público o acionou "apenas por medida padrão" do órgão.
O governador eleito é casado e tem dois filhos: Pedro, 4, e Luíza, 2. É católico e torcedor do Icasa, time da segunda divisão do Campeonato Brasileiro.