Folha de S. Paulo


Cid Gomes defende fusão do partido Pros com outras siglas

Governador do Ceará em seu último ano de mandato, Cid Gomes (Pros) defendeu neste domingo (26) que seu partido passe por um processo de fusão com outras siglas para manter a sobrevivência política. O gestor aponta o PDT ou o PCdoB como legendas com as quais o Pros poderia se unir.

A declaração foi dada quando o governador acompanhava Camilo Santana, seu candidato à sucessão, nas seções eleitorais de Fortaleza.

O Pros elegeu apenas 11 deputados federais em todo o Brasil neste ano (sendo três do Ceará) e nenhum senador. O único governo que o partido pode conquistar nestas eleições é o do Amazonas, com o candidato José Melo. Ele disputa a vaga com Eduardo Braga (PMDB).

"Vamos conversar com o partido para tentar pensar uma alternativa. Eu penso que devemos iniciar um processo de fusão com partidos de afinidades ideológicas, como o PDT ou mesmo o PcdoB", disse Cid, que não cogitou trocar de legenda.

"Temos que fortalecer o Pros para limitar a força do PMDB, que é o mau político do Brasil. O PMDB é um ajuntamento de seções regionais que tem como interesse chantagear o governo. É isso que precisamos combater", prosseguiu.

O governador se filiou ao Pros em outubro do ano passado, juntamente com todo seu grupo político no Ceará. Antes ele fazia parte do PSB, mas rompeu para continuar na base de apoio da presidente Dilma Rousseff (PT) após o ex-governador Eduardo Campos encampar candidatura própria à Presidência.

Em sua trajetória política Cid já fez parte do PMDB, PSDB e PPS

"O PSB deu uma guinada à direita e estão apoiando agora Aécio. O PPS deu essa guinada lá atrás quando optou pelo Serra. Fizemos a escolha acertadíssima quando deixamos estes partidos", disse Cid.

O governador também criticou o candidato à Presidência Aécio Neves e seu partido, o PSDB.

"O PSDB tinha uma preocupação com os mais pobres, mas não vou dizer que vendeu a alma por que é um termo forte. O que eles fizeram foi fincar uma posição para os mais ricos, para a elite. Virou um partido do establishment, do poder econômico."

Ainda segundo ele, Aécio fez uma opção errada na campanha ao "ouvir os marqueteiros" e adotar um tom irônico e agressivo.

"Estamos contando com a vitória da presidente Dilma. E que aqui no Ceará ela alcance quase 80% do eleitorado", disse Cid.


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