Folha de S. Paulo


Jornal de MS dá página inteira de direito de resposta para petista

O jornal "Correio do Estado", principal veículo impresso de Mato Grosso do Sul, foi obrigado a dar uma página inteira de direito de resposta, neste domingo de eleição, ao candidato ao governo Delcídio Amaral (PT).

Um dos sócios do diário é o empresário Antônio João, que concorreu ao Senado pelo PSD na chapa de Reinaldo Azambuja (PSDB), adversário do petista neste segundo turno. Ele ficou em quarto lugar na disputa.

A página 3 da publicação, que dá início ao caderno de Política, foi preenchida por seis textos da coligação do petista.

O jornal também deu chamadas na capa para os direitos de resposta, logo abaixo da manchete "Três pesquisas dão Azambuja na frente e uma aponta empate".

Estelita Hass Carazzai/Folhapress
Reprodução da edição deste domingo (26) do jornal “Correio do Estado”, principal veículo impresso de Mato Grosso do Sul
Reprodução da edição deste domingo (26) do jornal “Correio do Estado”, principal veículo impresso de Mato Grosso do Sul

Na página seguinte, o jornal publicou uma reportagem em que Antônio João acusa Delcídio de fazer "a campanha mais mentirosa" que ele já viu.

As decisões foram concedidas pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) na última sexta-feira (24) e rebatem reportagens publicadas desde agosto. Dos 12 direitos de resposta ajuizados pela coligação petista, seis foram julgados procedentes.

Os textos falavam principalmente sobre o suposto envolvimento de Delcídio com corrupção na Petrobras –o petista foi diretor da estatal.

Estelita Hass Carazzai/Folhapress
Reprodução da edição deste domingo (26) do jornal “Correio do Estado”, principal veículo impresso de Mato Grosso do Sul
Reprodução da edição deste domingo (26) do jornal “Correio do Estado”, principal veículo impresso de Mato Grosso do Sul

"O Correio sempre se pauta pela mentira", diz o advogado da coligação petista, Newley Amarilla.

Segundo ele, as decisões saíram somente agora porque o "Correio" pedia a suspeição da juíza que julgaria o caso, cujo marido processou o jornal. A suspeição foi negada na semana passada.

Para Amarilla, o Correio "atuou como órgão de propaganda da candidatura de Reinaldo [Azambuja]".

O editor de Política do Correio, Adilson Trindade, nega ter favorecido candidaturas e sustenta as informações publicadas. "Eles deram direito de resposta para matéria nacional, de agência, da revista 'Veja'. Eu nunca vi isso", comenta.

Azambuja, pouco antes de votar, também comentou o caso: "Se for falar de direito de resposta, esta semana nós ganhamos quase duas horas pelas mentiras faladas no programa eleitoral do nosso adversário. A população sabe quem fala a verdade".

O tucano ganhou quase duas horas de direito de resposta no horário eleitoral de Delcídio neste segundo turno. A coligação petista acusa o TRE de parcialidade.


Endereço da página: