Folha de S. Paulo


'Estamos com grandes chances de vencer', diz Crivella ao votar

O candidato do PRB ao governo do Estado do Rio, senador Marcelo Crivella, disse, ao votar, que continua otimista quanto à possibilidade de vencer a eleição.

Ainda que as pesquisas dos principais institutos apontem o favoritismo de seu adversário, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), Crivella disse confiar em um equívoco nos levantamentos. No sábado, o Datafolha 55% da preferência para Pezão e 45% para ele.

"Foi uma campanha dificílima, com um partido só. No segundo turno, graças a Deus, com 10 minutos [de propaganda na TV], a gente pôde passar de 20% para 50% ou quase isso. Estamos com grande chance de vencer", disse Crivella, depois de votar às 8h58 no Clube Marimbás, em Copacabana, zona sul do Rio.

"Acho que vai dar um resultado surpreendente. Pesquisas tanto do PT, quanto do PMDB, quanto a minha dão resultados completamente diferentes do Ibope e do Datafolha", declarou.

IMPRENSA

O momento do voto de Crivella não pôde ser acompanhado pela imprensa. A Justiça eleitoral reforçou a segurança e não permitiu que a imprensa permanecesse no local.

"Não entendi também", disse o candidato. Ele afirmou que a solicitação para que a imprensa não tivesse acesso não partiu dele, e sim da Justiça Eleitoral.

"O TRE às vezes exagera. Se envolve muito. Em outros países é uma coisa dos partidos. Deveria ser mais uma autorregulação", completou.

Crivella comentou a decisão da juíza eleitoral Daniela Barbosa Assupção de Souza, que no sábado à noite mandou lacrar o megatemplo da Igreja Universal do Reino de Deus, em Del Castilho, zona norte do Rio, após fiscais do TRE-RJ apreenderem cadastros de eleitores e material de campanha dele. Crivella é bispo licenciado e sobrinho de Edir Macedo, líder máximo da Universal.

"Acho que decisão de Justiça não se discute, se cumpre. Claro que eu não sabia [que havia material de campanha dentro do templo]. Sempre em todas as campanhas eu peço que as igrejas não façam política", disse Crivella.

CORRUPÇÃO

Sobre um possível governo, Crivella afirmou que a prioridade seria restaurar a moralidade na política fluminense. Citou até o deputado federal desistir da candidatura (PMDB). Do mesmo partido de Pezão, ele teve de desistir da candidatura à reeleição após sua ex-mulher distribuir à imprensa gravações em que ele supostamente trata de valores recebidos como propina.

"O Rio de Janeiro precisa de todas as maneiras mudar a sua política, não é possível mais ter tantos escândalos. Poder gera riqueza, riqueza gera poder. Vê o caso do Bethlem, por exemplo. O menino tinha vocação, tinha índole e tinha natureza. Terminou melancolicamente fora do processo eleitoral porque acreditava nisso, e isso vem de cima", afirmou.

Crivella votou acompanhado da mulher, Sylvia Jane, dos filhos Rachel e Marcelo, e da nora Maressa. À tarde, ele percorrerá seções eleitorais da zona oeste da capital e da Baixada Fluminense.

Depois, deverá acompanhar a apuração em casa, na Barra da Tijuca. À noite, está prevista uma coletiva de imprensa dele já com o resultado definitivo das eleições, no centro do Rio.


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