Folha de S. Paulo


No Ceará, Eunício reage e empata com petista, diz Datafolha

Na reta final da disputa pelo governo do Ceará, Eunício Oliveira (PMDB), 62, reduziu de 14 para 4 pontos a desvantagem sobre Camilo Santana (PT), 46, segundo pesquisa Datafolha realizada em parceria com o jornal "O Povo".

Segundo o levantamento, realizado sexta (24) e sábado (25), o petista tem 52% dos votos válidos, ante 48% de Eunício, o que configura um empate técnico na véspera da disputa do segundo turno.

Mas, segundo o Datafolha, a maior probabilidade é a de o candidato do PT estar à frente dessa disputa. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Editoria de Arte/Folhapress

Na pesquisa anterior, realizada quarta (22), o cenário era de 57% a 43% para o petista, que conta com o apoio do governador Cid Gomes e de seu irmão, Ciro, atual secretário estadual da Saúde.

Nesse cenário de votos válidos são excluídos nulos, brancos e indecisos.

Já na simulação com o total de votos, Camilo tem 46% (tinha 49%) e o senador Eunício, 43% (tinha 38%). Brancos e nulos somam 4%, e os indecisos são 7%.

A rejeição deles é similar: 36% não votariam em Camilo de jeito nenhum, contra 37% no caso de Eunício.

O Datafolha ouviu 2.412 eleitores em 52 municípios cearenses. A pesquisa foi registrada na Justiça Eleitoral com os números CE-00036/2014 e BR-01210/2014.

APOIO

Ex-secretário de Governo de Cid, hoje no Pros e que comandou o Ceará nos últimos oito anos, Camilo contou nesta campanha com o apoio de 120 prefeituras, de um total de 184 municípios cearenses.

Eunício teve como principal avalista de sua campanha Tasso Jereissati (PSDB), eleito senador com mais de 2,3 milhões de votos.

A coligação do petista foi formada por 18 partidos, contra nove do grupo de Eunício. E teve mais dinheiro gasto, segundo a última prestação informada à Justiça Eleitoral: R$ 11,3 milhões ante R$ 6,3 milhões do peemedebista.

No segundo turno, o principal tema da campanha foi a segurança pública.

Além da alta incidência de homicídios no Estado, que tem a terceira maior taxa do país –44,6 mortes por 100 mil habitantes –, a Polícia Militar foi jogada no centro do embate político.

Isso ocorreu após declarações do governador de que a corporação estaria atuando como "milícia" para prejudicar a campanha de Camilo.
As declarações de Cid foram dadas no dia da votação do primeiro turno após um vereador da sua base aliada ser detido por suspeita de compra de votos.

A PM fez, na ocasião, 59 detenções por suspeitas de crimes eleitorais –48 praticados pela coligação de Camilo, e 11, pela de Eunício.

De olho na popularidade de Dilma no Nordeste, os dois candidatos usaram à exaustão a imagem da candidata à reeleição no segundo turno.
Por um acordo com o PMDB nacional, Dilma manteve a neutralidade em solo cearense. A petista também não gravou depoimentos nem manifestou apoio formal a nenhum dos lados em nenhum dos dois turnos.

"Reconheço os dois candidatos como aliados e afinados ao meu projeto", disse Dilma em visita em Fortaleza, ainda no primeiro turno.


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