Folha de S. Paulo


Debate na PB é marcado por comparações de gestões e ataques pessoais

O debate entre os candidatos ao governo da Paraíba Cássio Cunha Lima (PSDB) e Ricardo Coutinho (PSB), veiculado nesta quinta-feira (23) na TV Cabo Branco, afiliada da Rede Globo, foi marcado pela comparação de gestões e por ataques pessoais.

Temas como educação, saúde e segurança dominaram o encontro. Mas ao invés de propostas, os candidatos optaram por ressaltar promessas não cumpridas pelos seus oponentes.

Ricardo Coutinho é governador desde 2011, enquanto Cássio Cunha Lima ocupou o mesmo cargo entre 2003 e 2009.

Ambos acusaram-se mutuamente de serem "mentirosos" e "oportunistas". Nenhum direito de resposta foi concedido.

Ao falar sobre educação, Coutinho acusou adversário de ter implantado o programa bolsa-trabalho -que prevê uma poupança para estudantes do ensino médio- quando prefeito de Campina Grande e não ter pago as bolsas aos estudantes.

Cássio negou ter implantado o programa: "O candidato está criando programas que eu nunca fiz quando prefeito. Tire a máscara, Ricardo, vamos falar a verdade. A Paraíba quer propostas".

O candidato tucano, por sua vez, afirmou que Coutinho persegue politicamente funcionários públicos do Estado, ao demitir comissionados para empregar aliados políticos. O governador negou as acusações.

João Pedro Pitombo
Candidatos nos estúdios da TV Cabo Branco antes do debate
Candidatos ao governo da PB Cássio Cunha Lima e Ricardo Coutinho nos estúdios da TV Cabo Branco

Ao comentar sobre políticas para tratamento de dependentes químicos, Coutinho acusou o candidato tucano de criar factoides, fazer promessas e não cumpri-las.

"A política não tem mais espaço para isso. Hoje, ou você trabalha, ou a população dá as contas e você vai embora. E trabalho não é o seu forte", disse o governador.

Em resposta, Cássio chamou o pessebista de "provocador": "Não vou cair no nível dele, que foi rejeitado pela população no primeiro turno".

Na primeira etapa das eleições, Cássio teve 47,4% dos votos contra 46% de Coutinho.

GUERRA DE TORCIDAS

Enquanto os candidatos trocavam farpas no estúdio, militantes formaram duas grandes torcidas do lado de fora da emissora.

A cada acusação ou fala mais assertiva os candidatos, que acompanhavam o debate num telão, os militantes gritavam o nome dos candidatos e vaiavam os oponentes.

As "torcidas" foram separadas por grades de proteção. O policiamento na região foi reforçado, mas não foram registradas brigas.

Coutinho e Cunha Lima eram aliados até o início deste ano, quando o PSDB paraibano rompeu com o governo para articular candidatura própria.

No segundo turno, o governador recebeu o apoio do senador Vital do Rêgo (PMDB), que também disputou o governo e obteve 5% dos votos.


Endereço da página: