Folha de S. Paulo


Crivella cola em Garotinho para crescer no interior

O senador Marcelo Crivella (PRB) aposta na aliança com o deputado Anthony Garotinho (PR), derrotado no primeiro turno, para vencer a eleição com os votos do interior do Estado.

Os dois intensificaram as agendas lado a lado nos últimos dois dias, inclusive com grande comício em Campos, cidade natal do deputado. Nesta quarta-feira (22), percorreram cinco municípios da região dos Lagos.

Apesar da aposta no ex-governador, a campanha do candidato do PRB não tem apresentado Garotinho na TV. Outro aliado do candidato do PRB, o senador Lindbergh Farias (PT) apareceu nos primeiros programas.

A preocupação é evitar que a rejeição ao ex-governador cole no senador. A equipe de Crivella ainda avalia se vai usar os depoimentos gravados no fim de semana por Garotinho e sua mulher, a prefeita de Campos, Rosinha Garotinho (PR).

"A estratégia é usar o Garotinho onde ele é imbatível e insubstituível", disse o marqueteiro de Crivella, Lula Vieira.

O senador obteve os melhores resultados no primeiro turno na região metropolitana. Garotinho, por sua vez, se destacou nos municípios da região dos Lagos e Norte Fluminense.

A aliança com Garotinho tem sido o novo alvo de críticas da campanha do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB). Os comerciais veiculados pelo PMDB passaram a comparar o Rio atual com o de 2006, último ano de Rosinha no governo.

Crivella iniciou nesta última semana um contra-ataque. Seus comerciais têm focado a condenação de Pezão num processo por fraudes na compra de ambulância quando era prefeito de Piraí (1997-2004). As inserções apontam ainda o vínculo entre o peemedebista e o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB).

A campanha de Pezão reduziu os comerciais criticando o vínculo entre Crivella e a Igreja Universal. Seus programas mantêm o tom crítico, mas incluíram pastores e cantores evangélicos a fim de reduzir uma eventual rejeição deste eleitorado a sua candidatura.

Os dois candidatos participam nesta quinta-feira (23) do último debate antes do segundo turno. O confronto deve reproduzir principalmente as críticas às alianças políticas. Pezão deve fazer ataques pontuais à Universal, mas sempre apontando a mistura com a política.


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