Folha de S. Paulo


Dilma e Aécio repetem embate sobre paternidade de programas sociais

O debate entre os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) na Record, neste domingo (19), repetiu o embate sobre a paternidade de programas sociais, assim como ocorrera no encontro anterior, no SBT.

Dilma se referiu ao Bolsa Família como "meu", ao comparar os resultados alcançados nos governos petistas com os obtidos pelo PSDB com os programas que mais tarde foram fundidos pelo PT.

Aécio atacou: "Candidata, não faça isso com os brasileiros, meu Bolsa Família? Não é seu Bolsa Família, o Bolsa Família é daqueles brasileiros que mais precisam, espalhados por esse país, e vivendo esse terrorismo pré eleitoral de que o programa vai acabar se os adversários vencerem as eleições".

A discussão sobre a paternidade de programas seguiu com uma pergunta de Dilma, no final do segundo bloco, sobre o Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego).

A presidente defendeu que o programa foi criado e ampliado nas gestões do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e na dela.

Aécio, em contrapartida, defendeu que o programa foi inspirado em similares estaduais feitos em Minas Gerais e em São Paulo -redutos tucanos há mais de uma gestão.

Após dizer ao adversário que o PSDB proibiu por meio de lei que o governo federal construísse escolas técnicas, Dilma afirmou que o impedimento caiu na gestão de Lula. "O governo do presidente Lula construiu 214 escolas técnicas e eu construí 208. Foi com base nisso que nós fizemos o Pronatec", afirmou.

O candidato rebateu, argumentando que o governo FHC apenas definiu que as escolas técnicas fossem feitas necessariamente em parceria com Estados, municípios, ONGs e entidades ligadas ao Sistema S, como Sesi e Senai.

Ele então citou como "inspirações" do Pronatec o PEP (Programa de Educação Profissional), feito em Minas Gerais, e as Etecs (Escolas Técnicas Estaduais) paulistas, iniciativas implementadas em governos do PSDB.

Dilma contestou a paternidade tucana, de novo, citando o número de alunos matriculados no programa. "O Pronatec não tem semelhança com nenhum programa que está ocorrendo. Vocês jamais fizeram programa gratuito nessa escala, candidato, é completamente diferente."

Em suas respostas, o candidato do PSDB citou mais de uma vez relatório feito pela CGU (Controladoria-Geral da União), revelado pela Folha no domingo, que mostra descontrole no dinheiro que foi empregado no Pronatec.

O documento afirma que alunos desistentes continuam contabilizados -e as instituições podem ser remuneradas por eles, já que "não existe processo de prestação de contas nem análise e aprovação do cumprimento das vagas pactuadas com os ofertantes".


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