Folha de S. Paulo


Aécio persiste no assunto Petrobras e Dilma aborda segurança no 2° bloco

Na abertura do segundo bloco do debate da Record, o presidenciável Aécio Neves (PSDB) insiste em questionar a presidente Dilma Rousseff (PT) sobre a Petrobras, mas agora trata sobre a gestão e a desvalorização da estatal.

"Vou perguntar da Petrobras, mas fique tranquila, não vou falar de corrupção, vou falar de gestão". O tucano afirma que a Petrobras perdeu metade de seu valor no governo Dilma. "Você acha justo para o trabalhador?"

Dilma afirma que os tucanos venderam 30% no mercado de ações "a preço de banana". "Na época dos tucanos, a Petrobras valia R$ 15 bilhões, hoje vale mais de R$ 100 bilhões", diz a presidente.

No seu ponto mais alto, em 2010, sob o governo Lula, o valor de mercado da Petrobras atingiu R$ 380 bilhões. Nos piores momentos, este ano, logo após o escândalo da refinaria de Pasadena (EUA), chegou à metade. Esta semana, voltou a R$ 240 bilhões.

A presidente também citou o caso Petrobrax, quando os tucanos queriam mudar o nome da empresa para privatizá-la completamente. Dilma diz que Aécio quer privatizar a Petrobras, que mais cedo ou mais tarde ele vai colocar a privatização na pauta, e que quer fazer isso diminuindo seu valor de mercado. "Candidato você é engraçado, quando é ruim, pertence ao PT, quando não é, você diz que é de todos, são dois pesos e duas medidas".

Em 2000, a Petrobras, com aval do então presidente Fernando Henrique Cardoso, chegou a anunciar a mudança de seu nome para "Petrobrax", como forma de ampliar a inserção internacional da estatal. O PT acusou o governante tucano a caminhar rumo à privatização da empresa e, diante da repercussão negativa, FHC acabou vetando a mudança.

No primeiro bloco, o tucano questionou Dilma sobre a participação do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, no escândalo de corrupção da Petrobras e que faltou governança na gestão da Petrobras. Dilma rebate e pergunta se ele confia nas pessoas do PSDB que também foram acusadas pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa. A petista afirma que o presidente do PSDB teria recebido dinheiro para abafar uma CPI, ao contrário dela, que manda investigar.

SEGURANÇA

"Eu acho que o povo está querendo escutar propostas", diz Dilma após responder sobre corrupção e caso Petrobras no final do primeiro bloco e no começo do segundo. A presidente retoma o tema da segurança pública e diz que é preciso unificar as ações de segurança pública. "O crime age de forma unificada, e a polícia age de forma fragmentada." Ela pergunta a Aécio o que ele propõe para a área.

Aécio diz que quer fortalecer a Polícia Federal, que teve o pior investimento nos últimos cinco anos. O tucano também afirma que em seu governo, não vai terceirizar responsabilidades, e que vai pessoalmente conduzir a política de segurança com os Estados. Também promete mudar a relação com os países vizinhos, produtores de drogas.

EDUCAÇÃO

Em uma nova pergunta, Dilma começa a falar do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) e diz que o governo FHC proibiu escolas técnicas e que Lula revogou a lei para fazer o Pronatec: "O que o senhor acha disso?"

Aécio diz que a lei estabelecia a construção de escolas técnicas em parceria com os Estados e municípios. Diz que vai manter o Pronatec e que vai aprimora-lo e aumentar as horas do curso, para melhorar a formação dos alunos.

Reportagem da Folha deste domingo (19) mostra que auditoria aponta descontrole no Pronatec. O documento, ao qual a Folha teve acesso, é resultado da primeira fiscalização focada no programa –criado há três anos para formar técnicos e exaltado pela petista.

A Folha pede desde o dia 10 de setembro que o MEC explique quantas pessoas físicas participam do Pronatec, como é feito o controle de alunos desistentes e como a pasta evita fraudes. Até agora, o MEC negava-se a responder, alegando que precisa de tempo para levantar os dados, sem precisar quando as informações poderiam ser fornecidas.

BANCOS PÚBLICOS

Em uma nova pergunta, Aécio diz que os bancos públicos sairiam fortalecidos de seu governo. "É justo que a Caixa e o Branco do Brasil estejam recebendo atrasado o dinheiro do tesouro? Eles [os funcionários da Caixa e do Banco do Brasil] serão fortalecidos no nosso governo", disse o tucano.

A presidente afirmou que a "relação do governo com os bancos públicos é grande, e que teve seus lucros ampliados, seus juros diminuídos e a inadimplência reduzida". Dilma cita que Armínio Fraga afirmou que iria diminuir a participação dos bancos públicos. Para a petista, não existe investimento em obras de mobilidade urbana, tampouco investimento em longo prazo, sem participação dos bancos públicos.

"Quem faz terrorismo é Armínio Fraga, quando diz que não sabe onde vai acabar os bancos públicos, e isso sim assusta os funcionários", afirmou a petista, que citou ainda a importância do BNDES para as grandes indústrias e empresas e que para as pequenas empresas existe a linha de crédito "crescer".


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