Ao redor de uma pickup, adesivada com a foto do vereador Coronel Telhada (PSDB), homens e mulheres com camiseta do Brasil acompanhavam pelo rádio o debate presidencial. "Cala a boca", gritou um dos ouvintes ao ouvir uma das respostas da presidente Dilma Rousseff (PT).
O indignado esperava, com cerca de 300 pessoas, o início de uma manifestação contra o governo federal e favorável à candidatura de Aécio Neves (PSDB). O quórum foi bem menor ao de confirmações nas redes sociais, que chegou a 5 mil.
"Está fraco, por enquanto está fraco. O povo brasileiro é um pouco acomodado", queixou-se a coordenadora de eventos Mércia Teixeira, de 59 anos.
Para ela, o povo brasileiro tem de ser "muito sem-vergonha" para permitir a reeleição da presidente. "O Nordeste vota pelo protecionismo, pela grande sacada do Bolsa Família. Eles não sabem votar, mas não é culpa deles", disse.
O protesto teve início no Largo da Batata, no bairro de Pinheiros, e seguiu pela Avenida Faria Lima, uma das mais nobres da capital paulista.
Antes do início da caminhada, intitulada "Vem Pra Rua", os manifestantes, muitos deles de camisas e calças sociais, cantaram de mãos levantadas o hino nacional.
"Fora PT, muda Brasil", gritavam. "Dilma na cadeia!, pediam.
A dona de casa Cristina Tamachino, de 53 anos, era uma das mais animadas. "O Estado está tão totalitário que ele controla as crianças na escola. Ele está interferindo na hora de criar as crianças, como com o kit gay", reclamou.
A terapeuta Marina Amaral, de 70 anos, também se uniu ao coro dos indignados. "Estou horrorizada e acredito que o Aécio Neves é a porta da mudança", disse. "O MST é um braço armado do PT", acrescentou.
A manifestação foi criada por um grupo de cinco empresários. Nas redes sociais, ele foi descrito como um ato para "manifestar a indignação" e defender "a troca do governo atual".
"É um ato de indignação. O PT é tão comunista quanto o deputado federal Paulo Maluf", reclamou o advogado Edilson Oliveira, de 69 anos, que segurava uma faixa de "Fora PT".